Militares detêm vários ministros e membros do governo tailandês
Os militares mantêm detidos nesta quinta-feira (22) vários representantes do governo, incluindo o ministro da Justiça, após declarar um golpe de Estado. Foram instituídos ainda um toque de recolher e restrições às atividades da imprensa.
O Exército ordenou ainda que o premiê interino, Niwatthamrong Boonsongphaisan, e seu gabinete se entregue em um quartel militar em Bangcoc.
O chefe do Exército tailandês, Prayuth Chan-Ocha, tomou o poder após declarar fracassada uma reunião entre membros do Executivo interino e opositores, em uma tentativa de dar fim à crise.
A bordo de furgões do Exército, os militares levaram o ministro Chaikasem Nitisiri, assim como os líderes das manifestações e dos partidos políticos até as dependências do Primeiro Regimento de Infantaria.
"No interesse da lei e da ordem, assumimos os poderes. Por favor, permaneçam em calma e continuem com seus afazeres diários", disse Prayuth Chan-Ocha em um anúncio de TV ao vivo, exibido pouco antes das 17h locais (7h de Brasília).
A principal autoridade militar do país informou que a ordem busca evitar mais mortes e um aumento do conflito entre opositores e simpatizantes do governo.
O Exército ficou com o papel de mediador após declarar na terça-feira a lei marcial em todo o país para prevenir uma explosão de violência após oito meses de protestos antigoverno que deixaram 28 mortos e centenas de feridos.
Os manifestantes antigoverno exigem uma reforma do sistema político, que consideram corrupto, e propõem a criação de um conselho não eleito para que realize as mudanças antes de realizar novas eleições.
A Tailândia arrasta uma grave crise desde o golpe de Estado que derrubou de 2006 o ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra - que os opositores acusam de dirigir o governo do exílio.
Os "camisas vermelhas", seguidores de Thaksin, ameaçaram aumentar seus protestos em Bangcoc.