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Trump acusa "The New York Times" e "People" de fabricar denúncias

O candidato republicano Donald Trump embarca em avião de sua campanha na Flórida - Gregg Newton/ AFP
O candidato republicano Donald Trump embarca em avião de sua campanha na Flórida Imagem: Gregg Newton/ AFP

Em Washington

13/10/2016 12h44

O candidato republicano à presidência dos EUA, Donald Trump, acusou nesta quinta-feira (13) o jornal "The New York Times" e a revista "People", que publicaram testemunhos de supostas vítimas de abusos sexuais por parte do magnata, de fabricar denúncias falsas contra ele.

Em sua conta no Twitter, Trump qualificou de "história falsa" e "invenção total" o que foi revelado na quarta-feira pelo "The New York Times".

O jornal nova-iorquino recolheu o testemunho de duas mulheres, Jessica Leeds e Rachel Crooks, que denunciam ter sido alvo de abusos por parte do hoje candidato presidencial republicano.

Leeds, que agora tem 74 anos, disse ao jornal que há três décadas o magnata se lançou "como um polvo" sobre ela nos assentos de primeira classe de um avião e que lhe tocou os peitos e tentou colocar a mão debaixo de sua saia.

Crooks, por sua vez, relatou que em 2005, quando tinha 22 anos e trabalhava na Trump Tower de Nova York, encontrou com o magnata em um elevador desse edifício e que ele, que não a conhecia, a beijou na boca.

Em outro tuíte, Trump respondeu também hoje ao testemunho de uma jornalista da revista "People" que afirma que, durante uma entrevista feita em 2005, o magnata abusou dela.

"Por que a autora de um artigo feito há doze anos na revista People não mencionou o incidente em sua história? Porque não ocorreu!", escreveu Trump.

De acordo com o relato da jornalista Natasha Stoynoff publicado na "People", durante uma entrevista feita em 2005 com Trump e a sua mulher, Melania, o magnata a levou para um quarto de um hotel de sua propriedade em Palm Beach (Flórida), onde a beijou sem seu consentimento.

Antes de se reencontrar com Melania e voltar ao "modo marido carinhoso, como se nada tivesse acontecido", Trump, segundo a jornalista, ainda teve tempo de seguir assediando. "Sabe que vamos ter uma aventura, verdade? (...) Vamos ter uma aventura, te digo".

Stoynoff decidiu guardar silêncio então porque estava "envergonhada" e "temerosa" do que Trump pudesse fazer.

A campanha de Trump qualificou o artigo de "The New York Times" de "ficção" e considera que as denúncias são uma "difamação coordenada e completamente falsa" contra o candidato republicano.

Além disso, os advogados do magnata, do escritório Kasowitz, Benson, Torres & Friedman, convidaram o jornal nova-iorquino a retirar o artigo, retificar e pedir perdão ou, caso contrário, irão abrir um processo contra o jornal.

Aos testemunhos surgidos no "The New York Times" e "People" é preciso somar o de Mindy McGillivray, que contou ao "The Palm Beach Post" que Trump a "tocou" em 2003 ao término de um concerto em um hotel da Flórida.

Este escândalo, o maior entre todas as polêmicas protagonizadas por Trump durante a campanha eleitoral, começou na sexta-feira com a divulgação de um vídeo de 2005 no qual o magnata fala sobre beijar e tocar as partes íntimas das mulheres sem seu consentimento.

Trump negou ter abusado ou agredido sexualmente mulheres e qualificou os comentários do citado vídeo de "só palavras" e "conversa de vestiário".