Quijada, o amante do teatro que quer devolver moral à política venezuelana
Reinaldo Quijada, o candidato mais discreto das eleições presidenciais venezuelanas, é um amante do teatro e da literatura. Ele nasceu há 58 anos na Suíça, já apoiou o falecido presidente Hugo Chávez e alega que sua candidatura visa devolver a moral à política do seu país.
Este engenheiro eletrônico lançou-se como candidato à presidência apesar de aparecer em último lugar entre os quatro candidatos e de lá nunca ter saído, e não foi visto fazendo o menor esforço para ficar conhecido em propagandas na televisão, nem em cartazes e muito menos realizando comícios.
Quijada esteve cercado desde muito pequeno pelo discurso político graças às visitas que recebia seu pai, Manuel Quijada, um diplomata venezuelano durante sua permanência em Genebra.
O ambiente político foi sentido principalmente durante os seis anos em que a família esteve exilada na Itália e na Inglaterra após fazer parte da tentativa de golpe de Estado contra o então presidente venezuelano Rómulo Betancourt em 1962.
O pai de Quijada fez parte de governos e foi sempre próximo das tendências esquerdistas com as quais o hoje candidato teve uma aproximação nos seus tempos universitários e, posteriormente, com a aparição do presidente Hugo Chávez (1999-2013).
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O agora candidato é amante também de música clássica, especialmente de Wagner e Beethoven, e estudou parte da sua formação em engenharia eletrônica nos Estados Unidos, antes de se mudar para Caracas para concluí-la em 1987 na Universidade Simón Bolívar.
Em Caracas, ele começou uma aproximação com o Movimento ao Socialismo (MAS), mas não se vinculou oficialmente com o mundo político até 1992, com o surgimento de Chávez e seu fracassado golpe de Estado.
Com Chávez no poder, ele integrou o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) a partir de 2007, mas rompeu em março de 2012 por diferenças na hora de encarar a situação do país.
Nesta época, germinou definitivamente a Unidade Política Popular 89 (UPP89), partido pelo qual ele concorrerá neste domingo e que tomou o número do ano do chamado Caracazo, o levante popular de 1989 contra as medidas aplicadas pelo governo de então junto com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e que deixou um número ainda não determinado de mortos.
Quijada é casado, tem dois filhos, de 22 e 36 anos, fala inglês, italiano e francês. Também é articulista de vários jornais venezuelanos e publicou quatro obras de teatro. Fora da política, trabalha como consultor independente na área de comércio exterior nos setores agrícola e agroindustrial.
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