Guaidó visitou Washington em dezembro e se reuniu com representantes de Trump
O líder do parlamento venezuelano, Juan Guaidó, visitou Washington em dezembro do ano passado e se reuniu com funcionários do governo do presidente americano, Donald Trump, no seu primeiro contato conhecido com uma Casa Branca que um mês depois lhe reconheceria como líder legítimo da Venezuela.
Um porta-voz da Casa Branca, que pediu anonimato, confirmou nesta segunda-feira (4) à Agência Efe que "representantes do governo falaram com Guaidó em várias ocasiões, inclusive durante sua visita de dezembro a Washington".
A fonte não quis esclarecer quais funcionários receberam Guaidó, e disse apenas que os encontros aconteceram pessoalmente.
Quando questionada se Guaidó se reuniu também em dezembro com o senador republicano Marco Rubio, uma peça influente na política de Washington para a América Latina, uma porta-voz do legislador respondeu de forma negativa.
A visita de Guaidó, que segundo informações da imprensa também viajou em dezembro a Colômbia e Brasil, aconteceu em um momento no qual a oposição venezuelana preparava uma estratégia diante da iminente posse do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, para um segundo mandato.
O grosso da oposição venezuelana não participou das eleições que deram a vitória a Maduro no ano passado por considerá-las fraudulentas e vários governos estrangeiros não reconheceram esses pleitos como legítimos.
Quando visitou Washington, Guaidó ainda não tinha assumido como chefe da Assembleia Nacional (AN, parlamento), de contundente maioria opositora e que designou o jovem deputado para esse cargo no último dia 5 de janeiro.
Guaidó, de 35 anos, acabou nesse posto depois que outros três dirigentes com maior influência no seu partido, o Vontade Popular (VP), foram tirados do jogo político de diferentes formas, todas relacionadas com a perseguição chavista, segundo eles mesmos alegam.
No dia 23 de janeiro, Guaidó se autoproclamou como presidente em exercício da Venezuela, com base em uma interpretação que a oposição faz de vários artigos da Constituição e que lhes levam a considerar que Maduro "usurpou" a presidência e que o Poder Executivo deve recair no chefe do parlamento até que sejam convocadas novas eleições.
Trump foi o primeiro presidente estrangeiro a reconhecer Guaidó como presidente interino, uma postura na qual lhe seguiram vários países, com notáveis exceções como Rússia e China.
"O presidente atuou (para reconhecer Guaidó) porque entendeu claramente a importância de apoiar a pujante democracia na Venezuela", afirmou à Efe o citado porta-voz da Casa Branca. EFE
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