Boris Johnson sugere que pode apoiar acordo do Brexit defendido por May
Londres, 26 mar (EFE).- O ex-ministro das Relações Exteriores britânico, Boris Johnson, um dos líderes da facção eurocética do Partido Conservador, sugeriu nesta terça-feira que avalia a possibilidade de respaldar o acordo do Brexit defendido pela primeira-ministra, Theresa May, sua companheira de partido.
"Se o rejeitarmos outra vez, existirá uma sensação cada vez maior que nunca sairemos (da União Europeia). Esse é o risco", disse Johnson, segundo informou o jornal "The Telegraph" durante um evento em Londres com seus leitores.
O acordo que a chefe de governo selou com os líderes da UE em novembro do ano passado foi derrubado em duas ocasiões no parlamento britânico, mas May confia ainda em voltar a submetê-lo à votação na quinta ou na sexta-feira.
Johnson, o político mais midiático a fazer campanha a favor da ruptura com a União Europeia antes do referendo de 2016, se opôs até agora ao acordo por considerar que o Reino Unido pode ficar preso às estruturas comunitárias devido à controversa salvaguarda para evitar uma fronteira na Irlanda do Norte.
"Podemos votar a favor deste péssimo acordo e obter uma espécie de 'pseudobrexit' no último momento, ou podemos correr o risco de novos atrasos e confusão", afirmou Johnson, segundo o "Telegraph".
O ex-prefeito de Londres se soma assim a outros líderes da facção eurocética dos conservadores, como o deputado Jacob Rees-Mogg e o ex-ministro David Davis, que baixaram o tom das suas críticas ao acordo de May.
Ao mesmo tempo, aumentaram as especulações sobre a possibilidade de que a primeira-ministra estabeleça um calendário para sua renúncia, em uma tentativa de somar apoios ao pacto.
Isso permitiria que um novo líder do Partido Conservador chegasse a Downing Street para negociar a futura relação comercial com Bruxelas uma vez superado o empecilho da ratificação do acordo.
A primeira-ministra se reunirá amanhã à tarde com o grupo parlamentar do Partido Conservador, com o qual se comprometeu em dezembro do ano passado a não disputar as próximas eleições, previstas por enquanto para 2022. EFE
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