Rússia aceita cessar-fogo 'limitado', mas impõe exigências para paz
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Como resultado de quase duas horas de conversa entre Donald Trump e Vladimir Putin, a Rússia aceitou suspender ataques sobre as instalações de energia e de infraestrutura da Ucrânia. Mas apresentou uma longa lista de condições para aceitar um cessar-fogo e frustrou os planos do novo presidente americano de anunciar o fim das hostilidades.
Entre as condições, a Rússia quer uma garantia de que não haverá mais financiamento e envio de armas para Kiev.
As exigências parte dos russos foram interpretadas por aliados da Ucrânia como um sinal de que Moscou não irá ceder.
Em uma coletiva de imprensa em Berlim com o presidente francês Emmanuel Macron e o chanceler alemão Olaf Scholz qualificaram o cessar-fogo em infraestrutura como "um bom começo". Mas alertaram que "não pode haver um acordo sem a Ucrânia".
Já o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que a Ucrânia apoiaria uma proposta dos EUA para interromper os ataques à infraestrutura e disse que esperava falar com Trump sobre suas conversas com Putin.
Segundo a Casa Branca, ambos aceitaram realizar "negociações técnicas" sobre um cessar-fogo marítimo e, mais tarde, um cessar-fogo total e uma paz permanente. "Estas negociações vão começar imediatamente no Médio Oriente", disse Washington.
Trump e Putin também "concordaram que um futuro com uma relação bilateral melhorada entre os EUA e a Rússia tem grandes vantagens", com "enormes negócios econômicos e estabilidade geopolítica".
Trump, sem um acordo definitivo, optou por destacar o avanço obtido.
"Minha conversa telefônica de hoje com o presidente Putin, da Rússia, foi muito boa e produtiva", disse o americano. "Concordamos com um cessar-fogo imediato em toda a energia e infraestrutura, com o entendimento de que trabalharemos rapidamente para ter um cessar-fogo completo e, em última instância, um FIM para essa guerra horrível entre a Rússia e a Ucrânia", afirmou.
"Essa guerra nunca teria começado se eu fosse presidente! Muitos elementos de um Contrato de Paz foram discutidos, incluindo o fato de que milhares de soldados estão sendo mortos, e tanto o Presidente Putin quanto o Presidente Zelensky gostariam de ver isso acabar. Esse processo está agora em pleno vigor e efeito, e esperamos que, para o bem da humanidade, consigamos concluir o trabalho!", completou.
Jogo de hóquei e exigências de Putin
Entre as medidas para aproximar os dois países haveria ainda a possibilidade de um jogo de hóquei sobre o gelo entre as seleções de ambos os países. A proposta partiu de Putin.
Já o comunicado de Moscou indicou que o presidente russo "delineou uma série de pontos significativos" que um pacto terá de conter para que haja um acordo de paz. Isso inclui:
Controle efetivo de qualquer cessar-fogo ao longo da linha de conflito,
O fim da mobilização dos ucranianos e o rearmamento das suas forças armadas,
O fim das "causas profundas da crise", uma referência à expansão da Otan.
A "cessação total" da ajuda militar estrangeira e da partilha de informações com a Ucrânia.
Putin indicou, porém, que concordou com um cessar-fogo de 30 dias nas infraestruturas energéticas e diz que já emitiu ordens neste sentido para suas forças armadas.
O texto do Kremlin diz ainda que Putin "respondeu de forma construtiva" à proposta de um cessar-fogo no mar, esperando-se novas negociações sobre esta questão.
Eis alguns dos demais pontos da declaração do Kremlin:
Putin informou a Trump que, em 19 de março, seria realizada uma troca de 175 por 175 prisioneiros entre as forças russas e ucranianas.
A Rússia e os Estados Unidos criarão grupos de especialistas sobre o acordo ucraniano;
Como um gesto de boa vontade, a Federação Russa transferirá 23 militares ucranianos gravemente feridos para Kiev;
Os presidentes concordaram em iniciar negociações para desenvolver uma iniciativa relativa à segurança da navegação no Mar Negro;
Putin disse a Trump que estava pronto para trabalhar em conjunto em maneiras de resolver a situação na Ucrânia, que deve ser sustentável;
As partes falaram a favor da normalização das relações bilaterais à luz de sua responsabilidade compartilhada pela estabilidade no mundo;
Putin e Trump discutiram o Irã e se manifestaram contra a ameaça de Teerã de destruir Israel
Eis a declaração completa da Casa Branca:
Hoje, o Presidente Trump e o Presidente Putin falaram sobre a necessidade de paz e de um cessar-fogo na guerra da Ucrânia. Ambos os dirigentes concordaram que este conflito tem de terminar com uma paz duradoura. Sublinharam igualmente a necessidade de melhorar as relações bilaterais entre os Estados Unidos e a Rússia.
O sangue e o tesouro que tanto a Ucrânia como a Rússia têm despendido nesta guerra seriam melhor empregues nas necessidades dos seus povos.
Este conflito nunca deveria ter começado e deveria ter terminado há muito tempo com esforços de paz sinceros e de boa fé.
Os líderes concordaram que o movimento para a paz começará com um cessar-fogo no domínio da energia e de infraestrutura, bem como por negociações técnicas sobre a aplicação de um cessar-fogo marítimo no Mar Negro, um cessar-fogo total e uma paz permanente. Estas negociações terão início imediatamente no Médio Oriente.
Os dirigentes falaram em termos gerais sobre o Médio Oriente como uma região de potencial cooperação para evitar futuros conflitos. Debateram ainda a necessidade de pôr termo à proliferação de armas estratégicas e irão colaborar com outros para assegurar uma aplicação tão alargada quanto possível. Os dois dirigentes partilham a opinião de que o Irão nunca deverá estar em condições de destruir Israel.
Os dois líderes concordaram que um futuro com uma relação bilateral melhorada entre os Estados Unidos e a Rússia tem enormes vantagens. Estas incluem enormes negócios econômicos e estabilidade geopolítica quando a paz for alcançada.
20 comentários
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Ivan Leite Albanese
Ao longo dos séculos, o povo russo desenvolveu qualidades excepcionais. Inteligência, disciplina, seriedade, estratégia, força, resistência. Uma Nação do Bem com povo correto, solidário, humanista. Um gigantesco território de 17 milhões de km² com uma população de 150 milhões. Defender fronteiras com 14 países, 9 dos quais hostis, frequentemente iguais à Ucrânia com n a z i s t a s armados por Otan/EUA. As grandes corporações multinacionais sonham com os inesgotáveis recursos naturais da Rússia. Cada cidadão russo é defensor de sua pátria, defensor da verdade, da Justiça. A Rússia sempre quis paz mas mostrou ao mundo que, se necessário, mobiliza um Exército de 150 milhões de cidadãos guerreiros e soldados. Invencível. Força Rússia!
Sergio Newton de Mello
E o seu patrão, o Lule, o mega nano anão político, perdeu a "xançe" do Nobel da Paz. Kkkkkkk
Antonio de Souza Neto
Acordo de paz entre Ucrânia e Rússia oatrocinado por Trump e noticiado no rodapé da edição?