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Tesouro dos EUA diz que Venezuela usa comida subsidiada para lavar dinheiro

16.ago.2017 - Homem empurra carrinho com alimentos distribuídos em um Clap, em Caracas, Venezuela - Ronald Schemidt/ AFP
16.ago.2017 - Homem empurra carrinho com alimentos distribuídos em um Clap, em Caracas, Venezuela Imagem: Ronald Schemidt/ AFP

03/05/2019 22h51

O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos afirmou hoje que funcionários públicos venezuelanos utilizam o programa de alimentos subsidiados conhecido como Clap para lavar dinheiro que supostamente teriam obtido com práticas de corrupção.

Em um alerta enviado a entidades financeiras, o escritório do Tesouro dedicado a crimes financeiros indicou que funcionários venezuelanos "e suas redes" lucram com o Clap "através de esquemas de desvio e manipulação de preços que envolvem lavagem de ativos comerciais e companhias de fachada e fantasmas".

Segundo os EUA, estes funcionários venezuelanos aumentaram sua riqueza e patrimônio "estabelecendo relações com pessoas que utilizam suas companhias fantasmas para obter dinheiro dos contratos comerciais e da atividade empresarial facilitada pelo programa" por meio de um complexo sistema.

Estas pessoas se apoiam em entidades no exterior situadas em Turquia, Panamá, Hong Kong e México, entre outros países.

De acordo com o Tesouro americano, a lavagem de ativos comerciais é o primeiro método utilizado por funcionários venezuelanos de alto escalão corruptos, seus sócios e suas famílias para "evitar sanções e facilitar o movimento e lavagem de lucros provenientes da corrupção, fraude e desvio, e também para desviar o financiamento público do Clap às suas contas privadas".

O subsecretário do Tesouro para Terrorismo e Inteligência Financeira, Sigal Mandelker, disse em comunicado que seu departamento está alertando às instituições financeiras que o governo de Nicolás Maduro "usa sofisticados sistemas, inclusive o desvio de ajuda humanitária, para evitar sanções e manter seu controle do poder".

"A comunidade financeira internacional deve estar alerta para prevenir sua utilização por parte de membros do regime e seus facilitadores, incluindo companhias de fachada e instituições financeiras estrangeiras que seguem escorando o governo", acrescentou.

O programa Clap, ligado aos Comitês Locais de Abastecimento e Produção, entrega alimentos importados a baixo custo mensalmente a mais de seis milhões de pessoas, segundo o governo.

Por sua parte, a oposição denunciou uma supervalorização milionária nos contratos de importação dos alimentos para o Clap.

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