Trump acredita que derrubada de drone americano pelo Irã não foi "proposital"
Washington, 20 jun (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, atribuiu nesta quinta-feira a derrubada de um drone americano a um "erro" e não a um ataque "proposital" do Irã, embora não tenha descartado que Washington possa repreender Teerã pelo incidente.
Embora aparentemente tenha tentado diminuir a importância do incidente em suas declarações, Trump convidou congressistas de ambos os partidos, entre eles os líderes dos comitês de Inteligência e das Forças Armadas, para uma reunião sobre o Irã esta tarde na Casa Branca, segundo vários meios de comunicação.
"Parece difícil acreditar que tenha sido proposital. Acho que foi alguém imprudente e estúpido que fez isso", afirmou Trump aos jornalistas ao receber no Salão Oval o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau.
Em um primeiro momento, Trump parecia falar de um erro estratégico cometido pelos líderes do Irã, mas depois assegurou que tinha um "pressentimento de que foi um deslize por parte de alguém que não deveria estar fazendo o que fez".
"Não estou falando que o país tenha cometido um erro, estou dizendo que alguém sob o comando desse país cometeu um erro", esclareceu Trump.
Horas antes, o presidente americano tinha reagido pela primeira vez ao ataque com um tuíte com tom ameaçador, no qual advertiu que "o Irã cometeu um grande erro!".
Quando falou com a imprensa, Trump tinha acabado de se reunir com alguns assessores para analisar a derrubada do drone, mas ressaltou que não queria "falar demais" sobre qual poderia ser a resposta dos EUA ao incidente.
"Em breve vocês saberão", respondeu o presidente ao ser perguntado por um jornalista se planejava uma represália ou um ataque ao Irã.
No entanto, Trump parece ter diminuído a importância do incidente ao comentar que "não havia um homem ou mulher no drone", que por definição é um avião não tripulado, e que isso "teria feito uma grande diferença".
Embora os atritos com o Irã tenham aumentado desde abril, Trump parece reticente a iniciar um conflito militar com este país, e hoje negou que seus assessores o estejam empurrando à guerra.
"Não, claro que não. De fato, em muitos casos, é o contrário. Mas vocês sabem que eu quero sair destas guerras intermináveis, foi uma promessa de campanha, quero sair. Já estamos há (quase) 19 anos no Afeganistão", lembrou Trump.
Os Guardiões da Revolução do Irã anunciaram hoje a derrubada do drone americano, um MQ-4 Triton de reconhecimento não armado, que foi abatido com um míssil terra-ar.
O comandante-em-chefe dos Guardiães, Hossein Salami, ressaltou que a derrubada representa "uma mensagem decisiva e clara" para que os EUA respeitem "a integridade territorial, a segurança nacional e os interesses vitais do Irã", algo que parece contradizer a versão de Trump de que o incidente não foi proposital.
De acordo com as autoridades iranianas, o drone foi derrubado quando entrou em seu espaço aéreo, mas o Pentágono negou taxativamente essa versão.
Nesse sentido, Trump reforçou que o avião voava sobre "águas internacionais" e disse que isso está "cientificamente documentado".
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