Oposição e militares assinam acordo político para transição no Sudão
A oposição do Sudão e a junta militar que controla o poder desde a queda do presidente Omar al-Bashir assinaram hoje um acordo político para os próximos três anos e três meses de transição no país, na presença de mediadores da União Africana (UA) e Etiópia.
O pacto é "um grande acordo que representa uma passo determinante e abre uma nova era", enquanto "abre o caminho para o próximo passo, que é estudar a Constituição", afirmou o mediador da UA, Mohammed Hassan Labat, em uma breve cerimônia da assinatura, transmitida ao vivo pela TV estatal do Sudão.
O acordo estipula a formação de um Conselho Soberano para assumir o poder durante a transição e será composto por cinco civis, cinco soldados e uma pessoa consensual por ambas as partes, e será presidida pelos militares nos primeiros 21 meses, enquanto os civis vão fazer no resto do período.
Por parte dos militares, quem assinou o acordo foi Mohammed Hamdan Dagalo conhecido como Hemedti, vice-presidente e líder das Forças de Apoio Rápido (FAR) acusado de liderar o despejo violento do acampamento de protesto em frente à sede do Exército em Cartum, no início de junho, deixando mais de 100 mortos.
Em um breve discurso após a assinatura do acordo em Cartum, capital do país, onde ocorreram as diferentes reuniões entre as partes, Hemedti agradeceu o trabalho de todos os envolvidos no acordo, sem entrar em detalhes sobre os pontos definitivos estipulados.
Entre os pontos de divergência que se tornaram públicos nos últimos dias estava a nomeação das autoridades judiciais e do procurador-geral, que as Forças da Liberdade e da Mudança rejeitaram foram nomeadas pelo chamado Conselho Soberano.
Além disso, a oposição não aceitou que os membros do Conselho Soberano tivessem "imunidade absoluta", discrepâncias que as partes não esclareceram durante a cerimônia, de modo que por enquanto as incógnitas do pacto são desconhecidas.
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