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China confirma detenção de funcionário do consulado britânico em Hong Kong

Uma mulher segura o cartaz de desaparecido do funcionário do consulado britânico Simon Cheng - Willy Kurniawan/Reuters
Uma mulher segura o cartaz de desaparecido do funcionário do consulado britânico Simon Cheng Imagem: Willy Kurniawan/Reuters

Em Pequim

21/08/2019 07h43

A China confirmou hoje a detenção de um funcionário do Consulado Geral Britânico em Hong Kong, cujo paradeiro até agora era desconhecido, por ter violado "regulações de gestão de segurança pública" do país.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Geng Shuang, não deu mais detalhes sobre o motivo da detenção "administrativa" de Simon Cheng, que trabalha no consulado para a agência de promoção de investimento na Escócia Scottish Development International.

Ontem, um porta-voz do Escritório das Relações Exteriores e da Comunidade Britânica de Nações (Commonwealth) mostrou preocupação com o paradeiro de Cheng, que desapareceu em 8 de agosto quando retornava a Hong Kong desde Shenzhen em um trem de alta velocidade.

O porta-voz chinês reiterou que Cheng é "um residente de Hong Kong, ou seja, um cidadão chinês e não um britânico" e que, portanto, "é um assunto interno da China e não uma questão diplomática".

Além disso, Geng voltou a acusar Londres de realizar "críticas fortuitas" sobre o assunto de Hong Kong e pediu que esse país "não interfira nos assuntos internos da China".

A lei chinesa permite manter suspeitos em detenção administrativa por até 15 dias e é um recurso habitual contra dissidentes e opositores.

Embora as razões da detenção de Cheng não estejam claras, acontece em um momento em que Pequim atacou governos estrangeiros pela suposta "interferência" nos assuntos internos, em particular por causa das manifestações que há 11 semanas acontecem na antiga colônia britânica.