Topo

Guaidó culpa Maduro pela fuga de venezuelanos devido a combates na fronteira

Fausto Torrealba/Reuters
Imagem: Fausto Torrealba/Reuters

EFE

24/03/2021 23h28

O líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, culpou nesta quarta-feira o presidente Nicolás Maduro pela fuga de cerca de 3 mil cidadãos de seu país para a Colômbia, após os combates em uma área de fronteira entre militares e um grupo armado que foi identificado por várias associações como dissidentes das FARC.

"Enquanto Maduro continuar a usurpar o poder, juntamente com uma estrutura criminosa liderada por ele, infelizmente, haverá mais dor e os venezuelanos fugirão, como os cerca de 3,1 mil de agora", escreveu Guaidó em seu Twitter.

As Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB) informaram na última segunda-feira que dois militares venezuelanos morreram em confronto com grupos irregulares colombianos no estado fronteiriço de Apure, embora não tenham especificado a qual grupo armado pertencem.

Posteriormente, várias organizações como a Fundaredes asseguraram que o grupo armado é um dissidente das FARC e, como consequência dos confrontos, centenas de pessoas cruzaram a fronteira em direção ao departamento colombiano de Arauca em busca de proteção.

Essa ONG explicou que as comunidades afetadas pelos confrontos são El Ripial, La Capilla, El Ocho, Guafitas, La Victoria e a paróquia de Urdaneta, de onde fugiram mulheres, crianças, idosos e pequenos agricultores "que ficaram presos no meio dos ataques ocorridos no fim de semana".

Na opinião de Guaidó, "o que está acontecendo em Apure é a maior evidência" de uma denúncia que repetiu várias vezes, de que Maduro fez do território venezuelano "um santuário para grupos armados irregulares que atuam sob o olhar cúmplice das Forças Armadas".

Por esta razão, destacou que os venezuelanos não querem membros do Exército de Libertação Nacional (ELN) em seu país, nem das FARC, guerrilha desmobilizada após os acordos de paz de 2016, aos quais alguns ex-integrantes daquele grupo armado não aderiram, formando vários grupos dissidentes.

"Nós, venezuelanos, não queremos as FARC nem o ELN na Venezuela. A Colômbia pode contar com o governo legítimo para colaborar na sua expulsão do território e levá-los à Justiça. Somos nações irmãs unidas contra o terrorismo", frisou Guaidó, sobre o governo que diz liderar e que é reconhecido pela Colômbia.

Juan Guaidó acompanhou sua denúncia com um vídeo veiculado nas redes sociais e que site venezuelano "El Pitazo", mencionado pelo opositor, identifica como imagens de uma alfândega subordinada em Apure que foi destruída com explosivos pelos dissidentes das FARC.