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Presidente de Belarus diz que decidirá com Putin sobre fim de exercícios militares

18 jan. 2021 - Trem com tropas e veículos militares da Rússia chega para exercícios em Belarus - Ministério da Defesa de Belarus/AFP
18 jan. 2021 - Trem com tropas e veículos militares da Rússia chega para exercícios em Belarus Imagem: Ministério da Defesa de Belarus/AFP

14/02/2022 13h28Atualizada em 14/02/2022 13h47

O presidente de Belarus, Alexandr Lukashenko, afirmou nesta segunda-feira que decidirá em breve, com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, quando será a retirada de soldados de Moscou da fronteira com a Ucrânia.

"Retiraremos quando decidirmos isso com o presidente da Rússia e quando as manobras tenham terminado. Nós decidiremos. É nosso território", garantiu o chefe de governo, durante uma reunião com o parlamentar ucraniano Oleksandr Moroz.

"Nos reuniremos em um futuro próximo e decidiremos quando e em que espaço de tempo, de acordo com qual calendário, retirar as Forças Armadas da Federação Russa daqui. Essa é nossa posição", disse Lukashenko.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, garantiu nesta segunda-feira que a reunião de Putin com o presidente de Belarus tem expectativa para acontecer "antes que termine essa semana".

O representante de Moscou, contudo, evitou responder se, no encontro, será decidido o cronograma da retirada dos soldados russos que participam dos exercícios militares que estão acontecendo em Belarus.

"Não nos antecipemos aos acontecimentos. Esperemos a reunião e confiemos que os presidentes façam uma declaração no fim da reunião", disse Peskov.

Lukashenko, por sua vez, reclamou do deslocamento militar da Otan para perto de Belarus.

"Olhem o que estão fazendo os americanos. Estão levando milhares de soldados para nossa fronteira, diretamente para a Polônia e os Estados Bálticos. Os britânicos e outros países europeus trazem Forças Armadas, e a pergunta razoável é: "quando vocês as retirarão?", indagou o presidente bielorrusso.

"Eles não falam sobre isso, mas colocam pressão sobre nós", respondeu Lukashenko à própria questão.

O chefe de governo ainda completou que foi decidido por um reforço na fronteira sul de Belarus, "pelo que está acontecendo ali" em referência à Ucrânia.

"Antes dessa histeria, decidimos realizar exercícios no sul de nossa república. Tivemos que decidir onde deveríamos manter um pequeno número de soldados", disse.

O presidente de Belarus destacou que existe na região um fluxo de armas enviadas pelo Ocidente, além da formação de acampamentos e treinamento militar.

"É uma bobagem isso que Lukashenko está pronto para atacar a Ucrânia. Escutem: nunca precisei disso, nem preciso agora", garantiu.

Ontem, a Ucrânia ativou mecanismo para dialogar com a Rússia e receber detalhes sobre a presença militar do vizinho nas fronteiras com o país, o que deveria acontecer em um prazo de 48 horas.