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OPINIÃO

Sueli Carneiro e Muniz Sodré mostram como a pauta racial vai além das redes

A filósofa Sueli Carneiro e o sociólogo Muniz Sodré. - André Seiti / Acervo Itaú Cultural e Lucas Seixas / Folhapress
A filósofa Sueli Carneiro e o sociólogo Muniz Sodré. Imagem: André Seiti / Acervo Itaú Cultural e Lucas Seixas / Folhapress

Simone Freire, editora-assistente do Núcleo de Diversidade

Do UOL

21/03/2023 12h10

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O lançamento de duas obras de intelectuais negros nos comprova que a discussão racial no Brasil está muito além do que viraliza ou não momentaneamente nas redes sociais.

A obra da filósofa Sueli Carneiro, "O Dispositivo da Racialidade", lançada hoje (21), Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, é uma versão de sua tese de mestrado na USP (Universidade de São Paulo) defendida em 2005. Nela, Sueli analisa os mecanismos do racismo e aponta que o enfrentamento deve ser feito através da luta coletiva.

Para quem imagina que algo debatido há quase 20 anos tenha se tornado obsoleto, Sueli nos mostra os passos lentos que damos enquanto sociedade quando o assunto é a cor da pele de uma pessoa. Diante da discussão sobre perfilamento racial no STF (Supremo Tribunal Federal), a ativista e diretora do Geledés — Instituto da Mulher Negra diz que talvez este seja o momento mais oportuno para a publicação do seu material.

Vivemos um momento de radicalização do conflito racial no Brasil, em que meus argumentos ficam cada vez mais transparentes. Eu assisti a sustentação oral sobre o perfilamento racial e pensei que minha tese nunca esteve tão atual
Sueli Carneiro, em entrevista ao Portal Geledés

Por sua vez, "O fascismo da cor", obra do jornalista e sociólogo Muniz Sodré, esquenta um debate conceitual: o racismo estrutural. Afinal, ele existe ou não? Para o autor, não. Ele contesta a formulação defendida pelo atual ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, por entender, entre outras coisas, que Almeida não explica exatamente o que é estrutura.

Para mim, o racismo é institucional e intersubjetivo. Por isso ele é muito difícil de combater. Você não o pega. Se o racismo brasileiro fosse estrutural, já teríamos acabado com ele
Muniz Sodré, em entrevista à Folha

Muniz aqueceu o debate racial nas redes sociais como há muito tempo não se via. No lugar de discussões sobre casos isolados ou preferências pessoais, um debate profundo com referências históricas e ideológicas sobre a construção de raça. Concordando ou não, há um longo debate pela frente. Cada um à sua maneira, Sueli e Muniz continuam a nos provocar a não limitar a discussão sobre o racismo no Brasil, e ir além.

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DRAMATURGIA... "Amor Perfeito", nova novela da Globo, será ambientada no interior de Minas Gerais e vai narrar as vivências de uma elite negra que existia na década de 1940, mas que foi apagada pela história.

REPRESENTATIVIDADE... A jornalista nigeriana Moky Makura está à frente da Africa No Filter e tem revelado empresários 'rockstars' no continente africano. Em Ecoa, ela conta mais sobre a iniciativa e a luta dos povos africanos por mais espaço.

SEM ARGUMENTO... "Nenhum caso de assédio ou importunação sexual pode ser justificado com o uso ou não do álcool", pontua a jornalista Semayat Oliveira. O programa Sem Filtro abordou a expulsão de MC Guimê e Cara de Sapato do BBB23. Assista!

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PEGA A VISÃO

A mulher, enquanto cientista, não recebe o mesmo mérito e credibilidade pelos seus feitos que os homens, por isso quero colocar o holofote no trabalho delas
Jessi Alves, professora e ex-BBB

A bióloga Jessi Alves em contato com a natureza, o seu habitat natural - Tuane Fernandes/Greenpeace Brasil - Tuane Fernandes/Greenpeace Brasil
A bióloga Jessi Alves em contato com a natureza, o seu habitat natural
Imagem: Tuane Fernandes/Greenpeace Brasil

Investir em conteúdos populares nas redes, como moda e beleza, certamente era uma opção para Jessi, como costuma ser para ex-BBBs. Mas a bióloga optou pelo caminho da educação. Em Ecoa, ela conta como, para sua surpresa, as aulas de biologia, sua especialidade, geram alto engajamento entre os seguidores.

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A HISTÓRIA DA HISTÓRIA

Em 21 de março de 1997, o nome de Zumbi dos Palmares foi inserido como herói nacional no Livro de Aço dos Heróis e Heroínas Nacionais, que homenageia personalidades de grande destaque nacional. Saiba mais sobre ele.

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DANDO A LETRA