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'Na usina eu era escravo': seu Manoel conta como mudou a vida com a escola

Manoel José Rodrigues, 65 anos - Ricardo Labastier/ UOL
Manoel José Rodrigues, 65 anos Imagem: Ricardo Labastier/ UOL

Núcleo de Diversidade

Do UOL

28/03/2023 14h10

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"Na usina, eu era escravo como qualquer outro, mas a minha corrente era de ouro", explica seu Manoel José Rodrigues, de 65 anos. O "escravo de corrente de ouro" foi, durante muito tempo, como ele ficou conhecido na Usina Aliança, importante indústria do açúcar e do álcool, localizada em um município homônimo, na região da Zona da Mata pernambucana.

As dificuldades o impulsionaram a mudar de rota. Concluído o ensino médio, enquanto trabalhava como servente na usina, também cursava licenciatura e matemática em Nazaré da Mata, município vizinho.

Da vassoura e pano de chão, usados para limpar a associação de moradores, a escola e a igreja da usina, Manoel migrou para os livros e as canetas. Um tempo depois, o servente se tornou gestor escolar, função exercida por 17 anos, e conta como a vida o ensinou que a educação pode ser transformadora.

"Eu acredito que, através da educação, a gente pode mudar o mundo. Durante toda a minha vida, eu sempre passei para os meus educandos a possibilidade de ter uma vida consciente e cidadã, de que somos capazes de mudar a história, de fazer a história"
Manoel José Rodrigues, 65 anos

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Luiza Bairros (1953-2016) - Valter Campanato/Agência Brasil - Valter Campanato/Agência Brasil
Luiza Bairros (1953-2016)
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