Topo

Legado de Marsha P. Johnson destaca presença negra e trans na luta LGBTQIA+

A Morte E Vida De Marsha P. Johnson - Divulgação
A Morte E Vida De Marsha P. Johnson Imagem: Divulgação

do Núcleo de Diversidade do UOL

09/06/2023 17h01

Esta é a versão online da newsletter Nós Negros enviada hoje (09). Quer receber o pacote completo, com a coluna principal e mais informações, no seu email nas próximas semanas? Cadastre-se aqui.

***

A ativista Marsha P. Johnson foi um dos símbolos da luta pelos direitos das pessoas LGBTQIA+ nos Estados Unidos, tendo participação central no que ficou conhecido como "revolução de Stonewall".

Na madrugada de 28 de junho de 1969, gays, lésbicas, trans e drag queens reagiram à prisão durante mais uma das recorrentes batidas policiais realizadas no bar Stonewall Inn, em Nova York.

Negra e trans, aos 23 anos Johnson foi pioneira batendo de frente contra a LGBTfobia ao ser uma das organizadoras dos protestos realizados nos dias seguintes pelas ruas de Nova York exigindo direitos e denunciando a violência contra pessoas LGBTQIA+ no país.

Em pouco tempo, a ativista também criou o Star (Street Travestite Action Revolutionaries) com sua amiga Sylvia Rivera e atuou em prol dos direitos de jovens transexuais que, assim como ela, haviam sido expulsos de casa.

A atuação de Johnson na luta por direitos, principalmente de mulheres trans negras, se deu até o ano de 1992, quando seu corpo foi encontrado no rio Hudson. A polícia concluiu que a morte foi suicídio, mas pessoas próximas da ativista não acreditavam nesta versão. Segundo a BBC, em 2012, o departamento de polícia de Nova York reabriu o caso.

O legado de Johnson e os desdobramentos de sua morte são abordados no documentário A Morte e Vida de Marsha P. Johnson, da Netflix. Já sua história continua a inspirar a luta LGBTQIA+. Em 2016, a ativista Elle Hearns fundou o Instituto Marsha P. Johnson para apoiar especificamente mulheres negras trans. O dia 28 de junho é internacionalmente também lembrado como o Dia do Orgulho LGBTQ+.

***

EM CAMPO... A coleção completa da seleção brasileira feminina para a Copa do Mundo da categoria acaba de ser apresentada. As peças são inspiradas na Amazônia. Entre as participantes da campanha estão as jogadoras Kerolin e Debinha, e a cantora Ludmilla. Confira a nova camisa!

EM CAMPO II... Já a Seleção masculina de futebol deve jogar um amistoso contra Guiné no dia 17 de junho, em Barcelona (Espanha). O time usará uniforme preto em ação contra o racismo amplificada pela discriminação e ofensas direcionadas a Vini Jr.

JOGO ENCERRADO... A Alerj aprovou o projeto conhecido como Lei Vini Jr., que prevê que partidas de futebol realizadas no estado do Rio de Janeiro sejam interrompidas diante de denúncia ou qualquer manifestação racista durante os jogos.

NA PISTA... A Justiça negou o recurso apresentado pela defesa de Nelson Piquet contra uma multa de R$ 5 milhões por fazer ofensas racistas e homofóbicas a Lewis Hamilton. Piquet foi condenado por chamar Hamilton de "neguinho" em 2022.

AMARRADO... Ao UOL News, o padre Júlio Lancellotti condenou a ação de policiais militares ao deter um homem negro em São Paulo. Suspeito de ter furtado produtos em um supermercado, ele foi arrastado após ter pés e mãos amarrados com uma corda [veja o vídeo]. "O que ele fez não justifica a ação policial", disse.

DESDOBRAMENTOS... A juíza Gabriela Marques da Silva Bertoli, do Tribunal Justiça de São Paulo, entendeu que não houve tortura policial no caso. Já quatro entidades entenderam que houve má conduta policial e entraram com um processo contra o estado de São Paulo, cobrando indenização de R$ 500 milhões.

***

PEGA A VISÃO

Vigilância, controle, captura e punição é a política dada à população negra, que tem sua existência criminalizada

Renato Freitas

Renato Freitas, ex-vereador de Curitiba, foi eleito deputado estadual pelo Paraná - Bruno Santos/Folhapress - Bruno Santos/Folhapress
Renato Freitas, ex-vereador de Curitiba, foi eleito deputado estadual pelo Paraná
Imagem: Bruno Santos/Folhapress

O deputado estadual do Paraná Renato Freitas (PT) tem sido uma figura emblemática, uma vez que não poupa críticas, principalmente quando o assunto é combate ao racismo e distribuição do fundo partidário em campanhas como a dele. Em Ecoa, o parlamentar falou mais sobre o assunto.

***

A HISTÓRIA DA HISTÓRIA

A primeira escola de samba do Brasil foi criada por Ismael Silva (1905 - 1978), um jovem negro, pobre e homossexual (segundo os relatos de biógrafos e pesquisadores), nascido na praia de Jurujuba, em Niterói (RJ). SAIBA MAIS!

***

DANDO A LETRA

Kelly Fernandes | Deixados no ponto: má qualidade das paradas expõe quem usa ônibus

Eduardo Carvalho | Flávia Oliveira e Bela Reis nos fazem refletir: quando romper com a mãe?

Elânia Francisca | Nem todo conflito com adolescentes é gerado pela fase da adolescência

Jefferson Tenório | Inelegibilidade de Bolsonaro pode frear avanço da ultradireita no Brasil

Breiller Pires | Denúncia contra Antony por violência escancara a cultura tóxica do futebol