1ª negra no TSE, cotas, vodu e Veneza da África: os destaques de Nós Negros

Esta é a versão online da newsletter Nós Negros enviada hoje (27). Quer receber o pacote completo, com a coluna principal e mais informações, no seu e-mail nas próximas semanas? Cadastre-se aqui.

***

Quando você ouve falar em "vodu", no que você pensa? Talvez aquela imagem do boneco sendo espetado por alfinetes, como nos filmes e desenhos, seja a primeira coisa que vem a cabeça. Até hoje, a prática enfrenta muito preconceito por causa de ideias que foram cultivadas durantes os anos.

Mas a verdade é que o vodu (que também é chamado de vudu, voodoo, vodoun ou vodum) é uma religião — e uma das mais populares no oeste do continente africano, especialmente no Benin, país considerado o "berço" dessa prática. O vodu é a religião oficial do país desde 1989.

As práticas religiosas do vodu não têm relação com a "demonização", nem "rituais satânicos". A principal conexão com o sagrado no vodu é o poder da natureza e seus elementos, como a água e a terra, por exemplo.

Como a historiadora Suzanne Preston Blier explica no livro "Vodu Africano: Arte, Psicologia e Poder" (em tradução livre para o português), vodu significa "a ideia de ficar perto de uma fonte de água, não se apressar na vida, ter tempo para alcançar a tranquilidade".

Em Origens, um chef brasileiro no Benin, João Diamante viu de perto uma das celebrações da religião, na cidade de Cotonu. Por lá, ele descobriu como o acarajé, lá chamado de akará, tem uma forte relação com o país e o candomblé no Brasil. Assista aqui!

***

PIONEIRISMO... Em entrevista exclusiva a Universa, Edilene Lôbo, a primeira ministra negra do TSE, diz não ter interesse em se tornar um exemplo para a meritocracia e que se sente na responsabilidade de abrir caminhos para outras mulheres negras no direito. "O Brasil ainda é uma sociedade excludente que não trata bem a juventude negra, as mulheres negras, sua diversidade", disse.

Continua após a publicidade

COTAS... 20 anos após a sanção da Lei de Cotas, o Congresso aprovou a sua revisão. Entre as mudanças, a proposta passa a ampliar a reserva de vagas para os cursos de pós-graduação e inclui quilombolas nas cotas das universidades. O texto segue para a sanção do presidente Lula (PT).

LIBERDADE... De acordo com o Iphan, o acarajé tem origem no Benin, na África Ocidental. Anos depois de ter chegado ao Brasil, o bolinho de feijão frito no azeite de dendê ganhou uma dimensão comercial e, logo, também passou a ser vendido com outros ingredientes, como o vatapá, o caruru e o camarão. Ecoa mostrou como o bolinho também foi peça-chave para que mulheres negras conseguissem conquistar sua própria alforria ou comprar a liberdade de outros escravizados. Leia mais.

POVO DAS ÁGUAS... Ecoa também conta a história do povoado de Ganvié, no Benin, cujos antepassados fugiram da escravidão depois de decidirem viver no meio do maior lado do Benin, o Nocué. Hoje, com 40 mil habitantes, Ganvié é a maior vila flutuante africana. Veja fotos impressionantes do local.

***

PEGA A VISÃO

Gil do Vigor
Gil do Vigor Imagem: Divulgação

"Meu papel enquanto comunicador é usar da minha visibilidade para ajudar a abrir portas que no passado foram abertas para mim. É uma missão de humanidade e gratidão! A educação foi a porta de entrada para as minhas conquistas e assim surgiu esse projeto. É minha forma de contribuir para um futuro melhor para nossa sociedade, dando esperança e gerando oportunidades através do conhecimento" Gil do Vigor, economista

Continua após a publicidade

Gil do Vigor tem aproveitado sua influência para uma ótima causa: ensinar de forma leve e descontraída para ajudar os jovens nos estudos. Comprometido com a educação, o economista criou um aulão preparatório para o Enem para alunos do Ensino Médio, em Pernambuco, além de um canal no youtube chamado "Matemática do Vigor".

***

DANDO A LETRA

Jeferson Tenório | Tragédia escolar confirma que política armamentista bolsonarista deu errado

Elânia Francisca | Parece acolhimento, mas é violência: é possível acolher sem revitimizar?

Eduardo Carvalho | Diretora da Natura fala do poder das empresas em impactar com suas ações

Continua após a publicidade

Deixe seu comentário

Só para assinantes