EUA e Rússia trocam farpas depois de fracasso do diálogo sobre a Síria

Arshad Mohammed e Steve Gutterman

Em Jacarta e Moscou

  • Adek Berry/AFP

    O secretário de Estado americano, John Kerry, fala durante entrevista coletiva com o ministro das Relações Exteriores da Indonésia, Marty Natalegawa, em Jacarta. Kerry pediu à comunidade internacional que se esforce mais para combater as mudanças climáticas, classificando-as como "a maior arma de destruição em massa do mundo"

    O secretário de Estado americano, John Kerry, fala durante entrevista coletiva com o ministro das Relações Exteriores da Indonésia, Marty Natalegawa, em Jacarta. Kerry pediu à comunidade internacional que se esforce mais para combater as mudanças climáticas, classificando-as como "a maior arma de destruição em massa do mundo"

Os Estados Unidos acusaram nesta segunda-feira (17) Damasco de paralisar as negociações de paz de Genebra, enquanto a Rússia, ao rebater a afirmação, disse que países que dão apoio aos rebeldes sírios estão favorecendo um fim da guerra nos campos de batalha, e não pelo diálogo.

A segunda rodada das negociações de Genebra terminou no sábado com o mediador Lakhdar Brahimi lamentando o fracasso de não ter conseguido avanços muito além da pauta para uma futura terceira rodada.

O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, disse que o governo do presidente da Síria, Bashar al-Assad, apoiado pela Rússia e outros aliados, era responsável pelo impasse.

"O regime se fechou. Eles não fizeram nada a não ser continuar a jogar bombas sobre o seu próprio povo e destruir o seu próprio país. E eu lamento dizer que eles estão agindo assim com um apoio crescente do Irã, do Hezbollah e da Rússia", declarou ele durante visita a Jacarta.

Kerry pareceu tentar aumentar a pressão diplomática sobre Assad por um acordo político que termine com os ataques do governo contra áreas rebeldes e alivie o sofrimento de dezenas de milhares de sírios sem acesso à ajuda humanitária.

Num recado para que Moscou consiga concessões da Síria, ele disse: "A Rússia precisa ser parte da solução", e não ajudar o líder sírio com armas e apoio.

Na capital russa, o ministro do Exterior do país, Sergei Lavrov, revidou, citando "evidências de que certos apoiadores da oposição estão começando a criar uma nova estrutura", trazendo adversários de Assad que deixaram o principal grupo de oposição, a Coalizão Nacional.

"Em outras palavras, uma rota está sendo estabelecida para se distanciar das negociações e uma vez mais apostar no cenário militar", afirmou Lavrov, segundo a agência Interfax.

Na sexta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, declarou que avaliava novas maneiras de pressionar Assad, mas não entrou em detalhes.

A Rússia tem acusado os apoiadores dos rebeldes de favorecer uma "mudança de regime".

A guerra síria já matou mais de 140 mil pessoas, entre elas mais de 7 mil crianças, de acordo com Observatório Sírio para os Direitos Humanos, uma organização pró-oposição com base no Reino Unido.

(Reportagem adicional de Thomas Grove em Moscou)

Receba notícias do UOL. É grátis!

UOL Newsletter

Para começar e terminar o dia bem informado.

Quero Receber

Veja também

UOL Cursos Online

Todos os cursos