Fundo Amazônia não está parado nem sob risco, diz presidente do BNDES
O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Joaquim Levy, afirmou nesta sexta-feira que o Fundo Amazônia não está parado e não corre risco de acabar após a polêmica sobre a mudança em seus critérios.
Segundo Levy, até julho a nova estrutura do fundo deve estar definida. O Fundo Amazônia tem R$ 1,3 bilhão em recursos, fruto de doações de empresas e países --entre os quais Noruega e Alemanha, principalmente.
Os recursos são repassados a entidades, tanto ONGs (organizações não governamentais)quanto a organizações governamentais, pelo BNDES, para uso em ações de combate do desmatamento na região amazônica
"Não vejo risco do Fundo Amazônia acabar", disse Levy, após participar de almoço promovido pelo Cebri (Centro Brasileiro de Relações Internacionais) com a presença do ministro da Economia, Paulo Guedes.
No mês passado, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, defendeu a revisão dos critérios de contratação de entidades a serem beneficiadas pelo Fundo Amazônia, citando irregularidades no uso e na liberação dos recursos, executados pelo BNDES, principalmente para ONGs.
A discussão sobre a mudança no fundo resultou no afastamento da chefe do departamento responsável pela gestão do Fundo Amazônia e do superintendente que também lidava com a gestão dos recursos. As saídas geraram reação entre funcionários do banco de fomento.
Os planos de Salles de revisar os critérios do fundo também enfrentaram resistência de Noruega e Alemanha, principais contribuidores.
"Não vejo como o governo fazer qualquer coisa que não seja conversada com os doadores do fundo", disse Levy. "Os embaixadores estiveram em Brasília com ministros e está havendo troca de impressões e ideias... pode ser bom, mas não quer dizer que não pode ser melhorado", acrescentou.
Uma das propostas do Ministério do Meio Ambiente que vem gerando críticas de ONGs e ambientalistas foi a de usar os recursos do Fundo Amazônia para indenizar a desapropriação de terras na região amazônica.
Especula-se que, diante da polêmica, os projetos do fundo estejam parados, mas Levy garantiu que "eles continuam sendo executados, em vida normal", mas buscando melhora nos processos.
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