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Câmara dos Deputados dos EUA se aproxima de impeachment; Senado e Trump avaliam próximos passos

Donald Trump, presidente dos Estados Unidos - Jonathan Ernst/Reuters
Donald Trump, presidente dos Estados Unidos Imagem: Jonathan Ernst/Reuters

11/12/2019 18h27

À medida que a Câmara dos Deputados dos Estados Unidos se aproxima do impeachment de Donald Trump, questões maiores surgem no Senado, onde o presidente pode estar caminhando para um raro conflito com seus aliados republicanos sobre como um eventual julgamento será conduzido.

O Comitê Judiciário da Câmara deve se reunir na noite desta quarta-feira para considerar artigos formais de impeachment acusando Trump de abusar de seu poder ao tentar forçar a Ucrânia a investigar um rival político e de obstruir o Congresso quando os parlamentares tentaram investigar o assunto.

O comitê deve aprovar acusações na quinta-feira. A Câmara, que é controlada pelos democratas, provavelmente seguirá o exemplo na próxima semana, tornando Trump o terceiro presidente da história dos EUA a sofrer processo de impeachment.

Trump, que sustenta que não fez nada de errado, tem dito que quer ver um julgamento público e completo, que ele espera que levará à sua absolvição quando as acusações forem analisadas pelo Senado, controlado pelos republicanos, no ano que vem. Trump tem usado a ameaça de impeachment para agitar seus apoiadores e arrecadar recursos para sua campanha à reeleição.

O líder democrata do Senado, Chuck Schumer, também disse esperar um julgamento "completo" e "aberto".

Mas o líder da maioria, Mitch McConnell, um aliado próximo de Trump, mostra pouco sinal de entusiasmo por um processo prolongado.

Se a Câmara aprovar as acusações, um julgamento seria a "primeira ordem de trabalhos do Senado em janeiro", afirmou McConnell no plenário do Senado na quarta-feira.

Muito dependerá da atitude de seus 52 colegas republicanos.

O senador Lindsey Graham, outro aliado de Trump, disse que não estava interessado em chamar "um monte de testemunhas".

"Acredito que, como americano, a melhor coisa que podemos fazer é sanar essa questão", declarou Graham a repórteres na quarta-feira.

Os democratas dizem que Trump colocou em risco a Constituição dos EUA e prejudicou a segurança nacional e a integridade das eleições de 2020 ao pressionar o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, em uma ligação telefônica em 25 de julho, a investigar o ex-vice-presidente Joe Biden, um dos principais candidatos à nomeação presidencial democrata.

"Acredito que você verá praticamente todos os democratas apoiando esses artigos", disse o parlamentar David Cicilline, que preside um subcomitê judiciário da Câmara.

Os republicanos alegam que os democratas ainda precisam provar seu argumento e que estão apenas tentando desfazer a vitória de Trump em 2016.

Trump estará em um terreno mais amigável no Senado, onde os democratas não devem conseguir os 20 votos republicanos de que precisam no mínimo para tirar Trump do cargo.

Em um julgamento, que seria presidido pelo presidente da Suprema Corte John Roberts, Trump diz que deseja ver depoimentos de testemunhas, incluindo Biden e seu filho Hunter, a presidente da Câmara Nancy Pelosi e outros parlamentares democratas.

(Reportagem adicional de Andy Sullivan, Patricia Zengerle e David Morgan)