Topo

Esse conteúdo é antigo

Irã nega "rumores ilógicos" sobre míssil ter atingido avião ucraniano, diz agência

Avaliação foi creditada ao chefe da Organização de Aviação Civil do Irã, Ali Abedzadeh -
Avaliação foi creditada ao chefe da Organização de Aviação Civil do Irã, Ali Abedzadeh

09/01/2020 15h23

O chefe da Organização de Aviação Civil do Irã, Ali Abedzadeh, negou hoje o que chamou de "rumores ilógicos" de que um avião ucraniano que caiu perto de Teerã foi atingido por um míssil, informou a agência de notícias Isna.

"Cientificamente, é impossível que um míssil atinja o avião ucraniano, e esses rumores são ilógicos", afirmou Abedzadeh, segundo a Isna.

Autoridades norte-americanas disseram mais cedo que o avião ucraniano provavelmente foi derrubado acidentalmente pelas defesas aéreas iranianas.

A Ucrânia apresentou quatro cenários possíveis para explicar o acidente, incluindo um ataque com mísseis e terrorismo.

176 mortos

O voo PS752 da Ukraine International Airlines decolou às 6h10 de quarta-feira (23h40 de terça-feira no horário de Brasília) do aeroporto Imã Khomeini, em Teerã, com destino ao aeroporto Boryspyl de Kiev. O Boeing 737 transportava 176 pessoas: 82 iranianos, 63 canadenses, dez suecos, quatro afegãos e três britânicos. Outros 11 eram ucranianos, incluindo os nove tripulantes. Ao menos trinta vítimas eram da região de Edmonton, Canadá, que acolhe uma importante diáspora iraniana.

Segundo a lista de passageiros, pelo menos 25 tinham menos de 18 anos. Treze deles eram estudantes da Universidade Sharif, em Teerã, uma das mais prestigiadas do país, segundo a agência Isna.

O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, pediu uma "investigação profunda". Já o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, interrompeu suas férias em Omã para retornar à Kiev, ordenou uma investigação e anunciou a inspeção de "toda frota aérea civil ucraniana", independentemente da causa do acidente.

Tensão entre EUA e Irã

O acidente com o avião da Ukraine International Airlines ocorre em um momento em que o Oriente Médio atravessa um sério período de tensão com os Estados Unidos e logo após Teerã disparar mísseis contra as forças americanas no Iraque, em retaliação ao assassinato do general iraniano Qassim Suleimani. No entanto, até o momento, nada indica que esses eventos estejam relacionados. O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, advertiu para o risco de qualquer "especulação".

O aiatolá Ali Khamenei, o guia supremo iraniano, transmitiu no Twitter suas "sinceras condolências" às famílias das vítimas deste acidente "desastroso". A embaixada ucraniana no Irã emitiu um comunicado no qual menciona uma "pane em um motor da aeronave, devido a razões técnicas", e dizendo excluir "a tese de um ataque terrorista".

Imagens amadoras veiculadas pela mídia estatal iraniana mostram o Boeing em chamas perdendo altitude e explodindo com o impacto no solo. Especialistas em aviação descartam a possibilidade de que o aparelho tenha sido abatido. "O avião estava subindo (...) na direção certa, o que significa que algo catastrófico aconteceu", mas não "uma bomba, ou pane catastrófica", observou Stephen Wright, professor da Universidade de Tempere, na Finlândia.

Em SP, líder islâmico defende legado de general morto no Irã

Sem citar o Irã diretamente, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, pediu uma "cooperação total com toda a investigação e as causas" do acidente. A Boeing também indicou que está "disposta a ajudar por todos os meios necessários".