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Em nota, Celso de Mello diz que não pediu apreensão de celular de Bolsonaro

O ministro afirma que só encaminhou uma notícia de delito feita por partidos políticos - Foto: Nelson Junior/SCO/STF
O ministro afirma que só encaminhou uma notícia de delito feita por partidos políticos Imagem: Foto: Nelson Junior/SCO/STF

Ricardo Brito

Da Reuters, em Brasília

22/05/2020 20h44

BRASÍLIA (Reuters) - O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), informou na noite de hoje que não determinou a busca e apreensão do telefone celular do presidente Jair Bolsonaro no inquérito que apura as acusações feitas pelo ex-ministro Sergio Moro sobre tentativa de interferência no comando da Polícia Federal, segundo nota do gabinete do magistrado.

Celso disse em nota que limitou-se a meramente encaminhar uma notícia de delito — chamado tecnicamente de notícia-crime — feita por 3 partidos políticos ao procurador-geral da República, Augusto Aras. Segundo ele, a medida tem amparo no Código de Processo Penal.

"Vê-se, portanto, que o Ministro Celso de Mello nada deliberou a respeito nem sequer proferiu qualquer decisão ordenando a pretendida busca e apreensão dos celulares das pessoas acima mencionadas, restringindo-se, unicamente, a cumprir os ritos da legislação processual penal. Nada mais além disso", disse a nota.

O despacho do ministro do Supremo gerou forte reação entre aliados do presidente. O ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, classificou o pedido de apreensão do celular de Bolsonaro como "inconcebível" e que a decisão sobre a solicitação pode ter consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional.

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.