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Bolsonaro admite que Moro não assinou saída de Valeixo: 'Isso é de menos'

O presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro Sergio Moro - Mateus Bonomi/AGIF
O presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro Sergio Moro Imagem: Mateus Bonomi/AGIF

Do UOL, em São Paulo

22/05/2020 20h49

Jair Bolsonaro (sem partido) admitiu hoje, após a divulgação do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, que Sergio Moro não assinou o documento de exoneração do então diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo; porém, a assinatura do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública estava na primeira versão do ato publicado no Diário Oficial em 24 de abril.

"E assim foi publicado no Diário Oficial. Lamento ter constado o nome do ministro da Justiça [Moro] ali, porque é praxe. Quando o presidente mexe no ministério, entra o nome do ministro embaixo. Se os senhores virem qualquer decreto, existe isso. Se interessa ao ministério tal, tem o nome do ministro embaixo. O Moro não assinou aquilo? Isso é de menos", minimizou Bolsonaro em entrevista à CNN Brasil.

Depois de Moro contestar a presença de sua assinatura eletrônica no documento, o governo republicou a demissão de Valeixo em edição extra do Diário Oficial ainda no dia 24 de abril, desta vez sem a assinatura do ex-ministro da Justiça.

Na ocasião, o novo ato foi assinado por Walter Braga Netto, ministro-chefe da Casa Civil, e Jorge Oliveira, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência.

O assunto voltou ao noticiário nacional hoje, após o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizar a quebra do sigilo do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril.

A conversa de Bolsonaro com os ministros é apontada por Moro como prova de que o presidente teria tentado interferir na Polícia Federal para ter acesso a investigações.

Veja mais vídeos da reunião ministerial:

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.