Topo

Esse conteúdo é antigo

EUA abordam empresas sobre fornecimento de gás à UE em caso de conflito Rússia-Ucrânia

9.abr.2021 - O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, na linha de frente com separatistas apoiados pela Rússia na região de Mariupol - 9.abr.2021 - AFP
9.abr.2021 - O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, na linha de frente com separatistas apoiados pela Rússia na região de Mariupol Imagem: 9.abr.2021 - AFP

Dmitry Zhdannikov, Ron Bousso, Simon Lewis e Timothy Gardner

15/01/2022 14h27

O governo dos Estados Unidos conversou com várias empresas internacionais de energia sobre planos de contingência para o fornecimento de gás natural à Europa se o conflito entre a Rússia e a Ucrânia interromper o abastecimento russo, disseram à Reuters duas autoridades norte-americanas e duas fontes do setor na sexta-feira.

Os Estados Unidos estão preocupados que a Rússia esteja se preparando para a possibilidade de um novo ataque militar ao país que invadiu em 2014. A Rússia nega ter planos de atacar a Ucrânia.

A União Europeia depende da Rússia para cerca de um terço de seu abastecimento de gás, e as sanções dos EUA por qualquer conflito podem interromper esse fornecimento.

Quaisquer interrupções no fornecimento de gás da Rússia para a Europa exacerbariam uma crise de energia causada pela escassez do combustível. Os preços recordes de energia aumentaram as contas de energia do consumidor, bem como os custos das empresas e provocaram protestos em alguns países.

Autoridades do Departamento de Estado norte-americano abordaram as empresas para perguntar de onde poderiam vir suprimentos adicionais se fossem necessários, afirmaram à Reuters duas fontes do setor familiarizadas com as discussões, falando sob condição de anonimato devido à sensibilidade do assunto.

As empresas disseram aos representantes do governo dos EUA que o suprimento global de gás está apertado e que há pouco gás disponível para substituir grandes volumes da Rússia, segundo fontes do setor.

As discussões do Departamento de Estado com as empresas de energia foram lideradas pelo consultor sênior de segurança energética Amos Hochstein, disse um funcionário de alto escalão do departamento, também falando sob condição de anonimato. O órgão não pediu às empresas que aumentassem a produção, acrescentou o funcionário.

"Discutimos uma série de contingências e conversamos sobre tudo o que estamos fazendo com nossos parceiros e aliados", afirmou a fonte.

"Fizemos isso com a Comissão Europeia, mas também com empresas de energia. É correto dizer que falamos com elas sobre nossas preocupações e falamos com elas sobre uma série de contingências, mas não houve qualquer tipo de pergunta quando se trata de produção."

Além de perguntar às empresas qual capacidade elas tinham para aumentar os suprimentos, as autoridades dos EUA também perguntaram se as empresas tinham capacidade de aumentar as exportações e adiar a manutenção de campo, se necessário, disseram as fontes.

Não ficou claro quais empresas as autoridades dos EUA contataram.