G7 condena ações russas na Ucrânia e fala em atrocidades
Os ministros das Relações Exteriores do G7 condenaram o que chamaram de atrocidades cometidas pelas Forças Armadas russas na Ucrânia, acrescentando que os culpados serão responsabilizados.
"Nós, os ministros das Relações Exteriores do G7... e o alto representante da União Europeia, condenamos nos termos mais enérgicos as atrocidades cometidas pelas forças armadas russas em Bucha e em várias outras cidades ucranianas", disse um comunicado conjunto publicado pela Grã-Bretanha.
Leste no alvo
O Ministério da Defesa da Ucrânia disse, em seu relatório de hoje, que "os principais esforços dos ocupantes estão focados nos preparativos para a operação ofensiva no leste da Ucrânia".
Segundo o ministério, a Rússia continua com um bloqueio a Kharkiv, segunda maior cidade do país, e fazendo bombardeios na região. Na área de Donetsk, separatista, a Ucrânia diz que os ataques têm como "objetivo incendiar unidades das Forças Armadas e retomar a ofensiva". Segundo autoridades locais, três mísseis russos foram derrubados pela Ucrânia em Zaporizhzhia, cidade também no leste.
O Ministério da Defesa da Rússia confirmou que suas forças "continuaram a atacar a infraestrutura militar da Ucrânia", principalmente em bases de abastecimento para Kharkiv e áreas separatistas, relatando ataques entre a noite de ontem e a madrugada de hoje.
Hora de fugir
Para esta quinta, estão previstos dez corredores para evacuação no leste da Ucrânia. Segundo a vice-primeira-ministra do país, Iryna Vereshchuk, a retirada da população "das cidades da região de Lugansk será realizada sob a condição de observância do regime de cessar-fogo pelas forças de ocupação". Ontem, ela fez um apelo para que as pessoas deixem a região agora, antes que os ataques se intensifiquem na área.
Governador de Lugansk, Serhii Gaidai disse que a evacuação é difícil na região, em especial em Popasna, cidade a cerca de 740 quilômetros de Kiev. onde é difícil chegar. "Os russos estão disparando", relatou. "No entanto, não paramos de tentar salvar o maior número possível de moradores da região." De Sievierodonetsk, mais de 250 moradores foram evacuados hoje. Em Rubizhne, 15 pessoas.
As autoridades ucranianas acreditam que as forças russas devam adotar na região separatista a mesma estratégia de cerco realizada em Mariupol, no sul do país. Milhares de pessoas seguem bloqueadas nesta cidade que é alvo de bombardeios há semanas.
Guerra continuar é "suicídio"
Para o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a continuação da guerra seria "suicídio" para as autoridades russas. "Se nada mudar, então é suicídio. Suicídio para todos que escolhem a opção de continuar a guerra", disse o presidente ucraniano, em vídeo.
Para ele, após o massacre em Bucha, cidade próxima da capital ucraniana, Kiev, a questão não é mais a Rússia recuar. "Só é possível abandonar rapidamente novas agressões contra a Ucrânia e, assim, tentar pelo menos reduzir de alguma forma os danos ao Estado russo e àqueles que pessoalmente tomam decisões importantes na Rússia."
Amanhã (8), Zelensky irá receber, em Kiev, a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen. O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, também irá à capital da Ucrânia.
Novas sanções
A UE (União Europeia) estuda novas sanções que devem afetar pela primeira vez o setor de energia, com um embargo às compras de carvão russo e o fechamento dos portos europeus aos navios de Moscou.
"O acordo será finalizado pelos embaixadores dos países da UE e será aprovado pelos ministros das Relações Exteriores na segunda-feira em Luxemburgo", anunciou, hoje, Borrell, ao chegar à sede da Otan. "O petróleo não está neste novo pacote de sanções, mas o tema será abordado na segunda-feira em Luxemburgo e, mais cedo ou mais tarde, haverá uma decisão", disse.
Kuleba, por sua vez, disse que "é necessário impor um embargo sobre o petróleo e gás da Rússia". "Espero que não sejam necessárias novas atrocidades para que estas sanções sejam decididas".
Chefe do gabinete de Zelensky, Andriy Yermak listou o que a Ucrânia quer contra a Rússia:
- desconexão dos bancos russos do sistema financeiro;
- portos fechados para navios russos;
- embargo ao petróleo e gás da Rússia;
- "restrição máxima" para transporte, cidadãos russos e exportações para a Rússia;
"Somente uma ação dura pode parar a Rússia. Porque eles só entendem essa linguagem", disse Yermak.
*Com informações das agências AFP e RFI
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