Chefe do clima da ONU diz que humanidade tem 2 anos para salvar o planeta

Governos, líderes empresariais e bancos de desenvolvimento têm apenas dois anos para tomar medidas a fim de evitar uma mudança climática muito pior, disse o chefe do clima da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quarta-feira, em um discurso alertando que o aquecimento global está perdendo espaço na agenda dos políticos.

Os cientistas afirmam que reduzir pela metade as emissões de gases do efeito estufa até 2030 é crucial para impedir um aumento de mais de 1,5ºC nas temperaturas globais em relação aos níveis pré-industriais, o que desencadearia um clima mais extremo.

No entanto, no ano passado, as emissões mundiais de CO2 relacionadas à energia aumentaram para um nível recorde. Os compromissos atuais de combate às mudanças climáticas praticamente não reduziriam as emissões globais até 2030.

Simon Stiell, secretário-executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, disse que os próximos dois anos são "essenciais para salvar nosso planeta".

"Ainda temos uma chance de fazer com que as emissões de gases do efeito estufa caiam, com uma nova geração de planos climáticos nacionais. Mas precisamos desses planos mais fortes, agora", disse.

Falando em um evento no think-tank Chatham House, em Londres, Stiell disse que os países do G20 — responsáveis por 80% das emissões globais — precisam urgentemente dar um passo à frente.

A principal tarefa das negociações climáticas da ONU deste ano em Baku, no Azerbaijão, é que os países cheguem a um acordo sobre uma nova meta de financiamento climático para apoiar os países em desenvolvimento que tentam investir no abandono dos combustíveis fósseis e no combate às alterações climáticas.

As cúpulas da ONU sobre o clima aumentaram de tamanho nos últimos anos, com milhares de lobistas e representantes empresariais presentes junto das delegações governamentais diretamente envolvidas nas negociações.

Quase 84 mil pessoas participaram da COP28 do ano passado em Dubai, atraindo críticas de ativistas depois que mais de 2.000 lobistas do setor dos combustíveis fósseis registraram para participar.

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Stiell disse que gostaria de ver as futuras reuniões da COP reduzidas em tamanho, ao mesmo tempo em que priorizassem resultados fortes. Ele disse que estava conversando com o Azerbaijão e o Brasil — anfitrião das próximas duas cúpulas climáticas da ONU — sobre isso.

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