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Princesa saudita é condenada a 10 meses de prisão na França por ordenar agressão a encanador

Placa mostra endereço da princesa em Paris - Jacques Demarthon - 8.out.2012/AFP
Placa mostra endereço da princesa em Paris Imagem: Jacques Demarthon - 8.out.2012/AFP

12/09/2019 12h57

Um tribunal francês determinou nesta quinta-feira (12) uma sentença de 10 meses de prisão para Hassa Bint Salman, irmã do príncipe herdeiro saudita Mohammed Ben Salman. Ela é acusada de ter mandado seu guarda-costas agredir um encanador que trabalhava em seu apartamento em Paris.

Hassa Bint Salman, de 42 anos, foi julgada à revelia por "roubo", "cumplicidade em violências" e "cumplicidade em sequestro". Além da pena de prisão, também foi condenada a pagar uma multa de 10 mil euros. A condenação foi mais severa do que a solicitada pelos promotores, que desejavam uma pena de prisão de seis meses com suspensão condicional e multa 5 mil euros.

O guarda-costas, Saidi Rani, foi o único envolvido no caso a comparecer ao tribunal em Paris. Ele recebeu a pena de oito meses de prisão com sursis, além da multa de 5 mil euros. O advogado da princesa, Emmanuel Moyne, afirmou que vai recorrer da sentença para provar a inocência da princesa.

Agredido, algemado e sequestrado

Em 26 de setembro de 2016, o encanador Ashraf Eid, de origem egípcia, registrou um boletim de ocorrência em uma delegacia do 15° distrito de Paris. Ele afirmou ter sido algemado, agredido, ameaçado de morte com uma arma e sequestrado durante várias horas sob as ameaças de Rani, homem de confiança da princesa.

Eid contou que Hassa Bint Salman o contratou para instalar uma pia em um banheiro de seu apartamento em Paris. Ele alega que fotografava a peça onde iria trabalhar, quando a princesa apareceu no local e começou a acusá-lo de tê-la filmado. Segundo o encanador, em seguida, a princesa teria chamado o guarda-costas, que tomou seu telefone à força.

A versão do guarda-costas é que, quando chegou ao local, o encanador estava imobilizando a mão da princesa, que segurava o telefone. Segundo Rani, havia dois vídeos de Hassa Bint Salman no aparelho. Ele nega ter ameaçado Eid com uma arma ou tê-lo sequestrado.

"Como mostramos ao tribunal, o senhor Ashraf Eid entregou voluntariamente seu telefone à princesa, pedindo que o destruisse", afirmou o advogado de Hassa Bint Salman. Segundo ele, "todas as constatações e atestados médicos do caso mostram que suas declarações são fantasiosas", reiterou.

Depois de ter sido detido para interrogatório, Rani ficou em detenção provisória por quase dois meses. A princesa chegou a ser detida para interrogatório, mas foi liberada sem ser ouvida. Alguns dias depois do caso, ela viajou para Londres e, em seguida, para a Arábia Saudita. Depois do caso, Hassa Bint Salman nunca mais voltou a Paris. Um mandado de prisão internacional foi expedido contra ela em novembro de 2017.