Casal francês que viajou ao Haiti para adotar criança é morto a tiros
Dois franceses, que vinham da região de Ardèche, no sul da França, foram mortos durante um assalto à mão armada em Porto Príncipe no domingo (24).
O crime aconteceu logo após os franceses chegarem ao país para conhecerem uma criança para adoção, segundo disse uma fonte próxima à investigação. A investigação foi aberta nesta terça-feira (26) como homicídio doloso.
O casal estava inscrito há três anos no cadastro francês de fila para adoção. "A viagem deles foi organizada com o objetivo de uma visita de convívio, eles ainda não voltariam com uma criança", explicou o conselho departamental de Ardèche.
De acordo com a Agência Francesa de Adoção (AFA), o casal tinha tomado todas as precauções necessárias em relação à segurança. Os franceses estavam inscritos no site Ariane, que registra todos os cidadãos que estão fora do país. Eles tinham contratado um táxi indicado pela AFA para buscá-los no aeroporto e levá-los até onde ficariam hospedados.
Investigações
Até o momento, poucas informações foram divulgadas sobre o local e as condições do crime. O nome e a idade do casal também não foram informados.
O ministério francês de Relações Estrangeiras fez um comunicado para anunciar seu pesar pela morte de "dois compatriotas no Haiti em consequência de uma agressão", e afirmou que a embaixada francesa no país estava em contato com as autoridades locais para acompanhar a investigação do caso.
Haiti passa por crise violenta
O país caribenho atravessa uma grave crise social e política, com uma onda de manifestações que começou com protestos por falta de combustível e evoluíram para um movimento mais amplo para exigir a saída do presidente Jovenel Moise. O cenário se degradou com o aumento de ações violentas de gangues, que assustam a sociedade.
Segundo a ONU, desde setembro, ao menos 42 pessoas foram mortas nas manifestações no Haiti.
Em outubro, a diplomacia francesa recomendava em seu site que franceses adiassem qualquer viagem ao Haiti. "As manifestações, acompanhadas de barricadas nos principais acessos rodoviários e de atos violentos (uso de pedras e armas) são muito frequentes. A ação de grupos criminosos mantém um clima de insegurança", afirma um comunicado no site da embaixada francesa.
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