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Astrólogo francês que previu eleição de Bolsonaro vê 'mudança de paradigma' para 2021

Presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia no Palácio do Planalto -
Presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia no Palácio do Planalto

Da RFI

17/09/2020 15h03

Não é preciso uma bola de cristal para deduzir que o mundo nunca mais será o mesmo depois de 2020. Pandemia, mudanças climáticas, incêndios, frentes ultraconservadoras que bradam símbolos da idade média... Muitos veem nestas manifestações indicações claras do livro bíblico do Apocalipse ("Revelação", em latim). Seguindo a tradição astrológica no país de Nostradamus [a França], a RFI conversou com o astrólogo Gilles Verrier para saber que surpresas os céus nos revelam para 2021, ano de eleições nos Estados Unidos e momento decisivo para o mandato de Jair Bolsonaro no Brasil.

No fim de 2017, o astrólogo Gilles Verrier afirmou com convicção à RFI que o céu astrológico estava mais para Jair Bolsonaro (sem partido) do que para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, antes mesmo da prisão do líder petista. Na ocasião, Verrier dissertou ainda sobre a ascensão da extrema direita na Europa e o fortalecimento de regimes conservadores. Regimes que estariam com os meses contados, de acordo com as conjunções de planetas esperadas para 2021, que configuram uma verdadeira "mudança de paradigma".

"Estamos numa mutação profunda e ela vai muito além da segunda metade de 2020. Isso terá consequências em 2021 e nos anos seguintes", analisa Gille Verrier, astrólogo especializado em leituras geopolíticas a partir da análise de mapas astrológicos de coletividades e personalidades. "Temos vivido durante todo o ano de 2020 uma conjunção astral entre [planetas de grande ciclo como] Júpiter, Saturno e Plutão. É um trio que define como se organiza a vida socioeconômica e cultural. A entrada de Plutão nesta conjunção exige mudanças radicais e profundas", explica.

Segundo ele, a última vez que a Terra vislumbrou uma conjunção Saturno-Plutão como essa, no signo de Capricórnio, foi em 1518. "Era o começo da era industrial, com a Reforma Luterana que operou a separação entre católicos e protestantes. Era o início do que chamamos de capitalismo, porque os protestantes tinham autorização para emprestar somas de dinheiro. A era do materialismo, do uso extremo dos recursos naturais, da industrialização. Vivemos agora o fim desse ciclo, com modificações profundas sobre a maneira como utilizamos esses recursos materiais e naturais", detalhou o astrólogo. "Vemos no Brasil este fenômeno, essa crise de fim de ciclo, com a Amazônia queimada e a destruição de ecossistemas naturais", disse ainda.

"O ano de 2021 se revela essencial neste contexto, pois haverá a chegada de Júpiter numa conjunção astral com Saturno no final de 2020. Todas as conjunções Júpiter-Saturno, que se fazem a cada 20 anos, acontecem em signos de terra, versando sobre a economia e a distribuição de recursos. Estamos em um fim de ciclo e a Covid-19 corresponde à essa transmutação. Vejo esse vírus como o sintoma de uma mudança mais profunda, que a Humanidade pode fazer", acredita.

"A partir do fim de dezembro de 2020 e de 2021, todas as conjunções Júpiter-Saturno até 2199 acontecerão em signos de Ar [Gêmeos, Libra e Aquário, ligados à comunicação, novas tecnologias e ao futuro]", explicou Verrier. "Ou seja, tudo o que diz respeito às relações, às trocas, o mundo virtual, a internet, a inteligência artificial etc. Será um novo ciclo completamente diferente. Chegamos ao fim do materialismo, é um momento importante", detalhou.

Mudança acontecerá, "doa a quem doer"

"Assistimos hoje a uma resistência a essa mudança, com o fortalecimento da extrema direita. Nas verdade, tudo isso diz respeito a pessoas que têm medo da mudança. Estamos no meio de uma mudança inevitável, que acontecerá com força e dor se for preciso", afirmou. "Neste momento, pudemos constatar que a conjunção Saturno-Júpiter-Plutão, que acontece três vezes este ano: a primeira em abril, a segunda em junho e a terceira, que ocorrerá no fim de novembro, e que cristalizará um novo grande momento de tensões, revelando a necessidade de encontrar novas formas de agir nesta crise que abala o mundo", disse.

"Veremos um aumento de extremismos e de regimes autoritários que se pronunciam, porque a tríplice conjunção fala também do lado obscuro do poder, de elites de poder manipuladoras e restrições de liberdades individuais", detalhou.

Sobressaltos financeiros e conservadorismo

Para Gilles Verrier, os ares de mudança começam a soprar no mundo a partir de fevereiro de 2021. "Teremos a conjunção de Júpiter-Saturno saindo de Capricórnio ["ordem estabelecida"] e entrando em Aquário ["revolução, quebra de paradigma"], e uma quadratura de Saturno-Urano revelando uma tensão entre o conservadorismo e as mudanças. Neste momento, poderemos ter mudanças radicais", analisou o astrólogo.

Verrier avisa que grandes sobressaltos financeiros ainda podem ser esperados até o fim de 2020. "Sobretudo nas bolsas internacionais. Em 2007, a conjunção Júpiter-Plutão antecipou a crise dos subprimes de 2008. Em 2020, tivemos três conjunções desse tipo. Ainda podemos ter reviravoltas perigosas no fim deste ano e no ano seguinte", afirmou.

"Penso que as extremas direitas ainda terão belos dias pela frente. Elas oferecem uma espécie de 'segurança' às pessoas que querem se fechar aos outros em seus países, em seus futuros. Daqui até o fim de 2020, podemos ainda ter um fortalecimento de conservadorismos, neste fim de ciclo. Mas, a partir do início de 2021, temos aberturas astrais muito interessantes em outras direções. Essa extrema direita que se fortalece agora é o último suspiro de um passado que não quer ir embora. O fenômeno dos negacionistas também entra aqui e isso ainda pode durar alguns meses", disse Verrier.

Eleições presidenciais nos Estados Unidos

"Não estudei ainda em profundidade este assunto, especialmente o mapa natal de Joe Biden, que é importante neste aspecto. Mas vi o mapa de Trump e acho que ele se encontra numa posição bem difícil para vencer este pleito, detonando a sua imagem. Acho que ele só seria reeleito se Biden fizer uma besteira enorme", acredita Verrier.

"Do ponto de vista astrológico, Trump está em uma situação delicada, com uma conjunção Vênus-Saturno natal em Câncer, e toda a tríplice conjunção daqueles planetas que mencionei acima em Capricórnio, fazendo uma exata oposição, um trânsito astrológico bem complicado para ele. Isso significa uma degradação de sua imagem pública. Se eu tivesse que fazer uma aposta, eu diria que será uma disputa muito acirrada nos Estados Unidos, mas Trump não deve vencer esta eleição", apontou.

Jair Bolsonaro ameaçado?

"Bolsonaro, Áries com ascendente em Câncer, é um caso interessante, porque vivemos a tríplice conjunção dos planetas ancestrais neste momento, o que significa, em termos astrológicos a partir de seus trânsitos natais, que há nesse momento muita hostilidade em relação a ele. Se ele quiser continuar no poder, terá que mudar bastante sua maneira rígida de lidar com as situações. Ele pode ter muitos problemas no fim de 2020, quando vai ser reativada a conjunção Júpiter-Saturno-Plutão", detalhou o especialista francês.

"Ele poderá ser ainda mais contestado e ter muitas dificuldades para fechar os acordos internacionais que deseja", completou. Para o astrólogo, as recentes pesquisas que colocam Bolsonaro na frente da corrida eleitoral de 2022 não passam de "cristalizações do medo da mudança". "Em 2017, vi que ele seria eleito porque, como disse na ocasião, ele encarnava coletivamente a 'Ordem e Progresso'. Mas isso vai mudar", apontou Verrier.

"Não acho que o poder de Bolsonaro vai durar", disse o astrólogo. "Esses planetas, Júpiter, Saturno e Plutão, que formam essa tríplice conjunção perturbadora, estarão concentrados na casa 7 do mapa de Bolsonaro, aquela casa dos 'inimigos declarados', no caso dos aspectos de astrais dele. A casa 7 são os acordos comerciais, os países estrangeiros. Mesmo se o presidente brasileiro não encontrar uma resistência que o derrube internamente, esse bloqueio virá de certamente de fora. A verdadeira oposição a Bolsonaro virá do exterior", conclui o astrólogo francês.

"Vacina não será a resposta em 2021"

Do ponto de vista da evolução da pandemia, Gilles Verrier acredita que a vacina não será a resposta em 2021, nem nos próximos anos. "O vírus tem uma mutação muito importante. Não vejo o aparecimento de uma vacina definitiva, mas prevejo, a partir dos trânsitos de Júpiter em Aquário, uma série de novas tecnologias que nos ajudarão a tratar massivamente essa doença, de maneira mais eficaz". "Vamos aprender e desenvolver novas terapias para fazer com que a covid-19 se torne apenas mais uma 'gripe', como foi o caso com o H1N1, etc", afirmou o astrólogo.