Pastores evangélicos brasileiros da Igreja Universal recebem ordem de expulsão de Angola
Um grupo de sete pastores evangélicos brasileiros da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) em Angola foi notificado, na quinta-feira (8) à tarde, pelos Serviços de Migração e Estrangeiros (SME), para abandonar Angola no prazo de 15 dias. Religiosos confirmam e dizem se tratar de perseguição da Comissão de Reforma angolana.
A diretora de comunicação da ala brasileira da IURD em Angola sublinha que, na terça-feira (6), um grupo de pastores brasileiros foi notificado para comparecer aos Serviços de Migração e Estrangeiros, mas já no local, os missionários foram surpreendidos com uma nota de ordem de expulsão do país.
Segundo Ivone Teixeira, a ordem, que resulta no cumprimento da resposta de uma nota da Comissão de Reforma, na qual se solicita a deportação de todos os missionários brasileiros, abrange também os familiares dos respectivos pastores.
"Realmente, um grupo de pastores brasileiros e as respectivas famílias foram notificados na manhã desta quinta-feira. O grupo de pastores deslocou-se às instalações dos Serviços de Migração e Estrangeiros para responder à notificação do dia 6 de abril. Chegando lá, foram surpreendidos com notificações de abandono, emitidas pelos Serviços de Migração e Estrangeiros, contra os missionários brasileiros e as suas famílias", relatou a responsável do gabinete de Comunicação e Imagem da gestão brasileira da IURD.
Ivone Teixeira afirma não ter dúvidas de que o mandado de expulsão demostra uma certa forma de "perseguição religiosa", de "xenofobia" e de "discriminação a pastores brasileiros da Igreja Universal do Reino de Deus residentes em Angola".
"Segundo eles, esse ato resulta no cumprimento da resposta de uma nota da Comissão de Reforma, na qual se solicita, de uma forma totalmente arbitrária, a deportação de todos os missionários ligados à Igreja Universal do Reino de Deus, na qual existem várias nacionalidades", explicou a diretora de comunicação.
Nova liderança
Em fevereiro, o bispo Valente Bezerra Luís foi indicado, em assembleia geral ordinária, como novo líder da Igreja Universal do Reino de Deus em Angola, culminando com a abertura dos templos que estavam fechados desde setembro de 2020, na sequência de investigações de supostos crimes cometidos por bispos e pastores da igreja.
O conflito na IURD tornou-se mais agudo em junho de 2020, quando um grupo de bispos e pastores da Comissão de Reforma tomou de "assalto" algumas igrejas, acusando os brasileiros de vários crimes contra religiosos angolanos.
O caso mereceu, em julho de 2020, uma reunião entre o ministro da Justiça e dos Direitos Humanos de Angola, Francisco Queiroz, e deputados, tendo o responsável ministerial admitindo a existência de pelo menos dois processos contra pastores da IURD.
Neste momento, o Instituto Nacional para os Assuntos Religiosos (INAR), um órgão do Ministro da Cultura, Turismo e Ambiente de Angola, reconheceu a Comissão de Reforma liderada pelo bispo angolano Valente Bezerra Luís.
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