Letônia decreta lockdown após bater recorde mundial de casos de covid
A Letônia decretou um novo lockdown nesta quinta-feira (21). Comércios e serviços não essenciais, cinemas, teatros e salões de cabeleireiros ficarão fechados durante cerca de um mês. Segundo dados de 20 de outubro, o país registrou 1.406 contaminações para cada 100 mil habitantes nos últimos 14 dias - uma das maiores taxas de incidência de Covid-19 do mundo.
Apenas a metade da população da Letônia está totalmente vacinada - uma das menores taxas da União Europeia, atrás apenas da Bulgária, Romênia e Croácia. "Peço desculpas àqueles que já se vacinaram, mas as restrições serão aplicadas para todo mundo", disse o primeiro-ministro do país, Krisjanis Karins, em uma coletiva de imprensa, nesta segunda-feira (18).
O premiê reuniu-se mais de dez horas com seu gabinete para detalhar as novas medidas. "Ainda há muitas pessoas que não se vacinaram, são contaminadas pela Covid, e acabam morrendo no hospital", acrescentou.
O bloqueio foi instaurado até o dia 15 de novembro e incluirá um toque de recolher entre 20h e 5h da manhã. Os restaurantes vão preparar apenas comida para entrega. O trabalho à distância será privilegiado para a maior parte dos empregados. As aulas nas pré-escolas e no ensino fundamental até a quarta série continuarão a ser presenciais, mas, a partir da quinta série, o ensino será remoto.
Os hospitais do país de 1,9 milhão de habitantes estão saturados de pacientes Covid-19 que necessitam de cuidados intensivos e estão recusando pessoas com outras patologias, inclusive graves, como o câncer. No início de outubro, a Letônia declarou estado de emergência por três meses para incitar a população ao uso da máscara e à vacinação. Alguns dias mais tarde, o presidente do país, Egils Levits, recebeu um diagnóstico positivo, apesar de estar vacinado com duas doses.
Neste mês, o conselho científico criado pelo país para lutar contra a Covid-19 declarou que não trabalharia mais com o governo, que havia ignorado suas recomendações. "Não recebemos nenhuma demanda do gabinete", escreveu o grupo em uma declaração.
Rússia também adota medidas contra o vírus
A situação também preocupa na Rússia. A prefeitura da capital determinou nesta quinta-feira o fechamento de todas as empresas e organizações consideradas "não essenciais" de 28 de outubro a 7 de novembro, para frear os contágios pela Covid-19. "Durante esse período, todas as empresas e organizações de Moscou deverão interromper o trabalho", afirmou o prefeito da cidade, Serguei Sobianin.
A norma isenta os estabelecimentos de "venda de medicamentos, produtos de alimentação e de primeira necessidade".
Durante os 11 dias, teatros e museus poderão funcionar com capacidade de 50%. Os visitantes serão obrigados a apresentar o passaporte sanitário. "A experiência mostra que os dias de recesso são a maneira mais eficaz de conseguir a redução de casos e mortes", disse Sobianin. A Rússia enfrenta a pior onda epidêmica de Covid-19 desde o início do surto.
Nesta quinta-feira, o país registrou um novo recorde de contágios e mortes em 24 horas, com 1.036 óbitos e 36.339 casos de Covid-19. O governo registra até o momento 227.389 mortes por coronavírus em seu balanço oficial. Mas o saldo é considerado subestimado pela agência nacional de estatísticas Rosstat, que anunciou no fim de agosto que o país já havia superado 400.000 vítimas fatais.
A campanha de vacinação avança de maneira lenta na Rússia. O site especializado Gogov informa que menos de um terço da população está imunizada. Na quarta-feira, o presidente russo Vladimir Putin decretou uma semana de recesso no início de novembro. Mas o poder público mantém a recusa a adotar medidas de confinamento ou toques de recolher mais severas, preocupado em não prejudicar a frágil retomada econômica.
*Com informações da AFP
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