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90 mil pessoas deixam suas casas após supertufão Rai atingir as Filipinas

Homens da Guarda Costeira das Filipinas atuam no resgate de moradores que precisaram ser retirados de suas casas devido ao supertufão - Guarda Costeira das Filipinas/Reuters
Homens da Guarda Costeira das Filipinas atuam no resgate de moradores que precisaram ser retirados de suas casas devido ao supertufão Imagem: Guarda Costeira das Filipinas/Reuters

16/12/2021 10h07Atualizada em 16/12/2021 11h28

O supertufão Rai atingiu hoje as Filipinas e obrigou dezenas de milhares de pessoas a fugirem de suas casas, temendo ventos violentos e chuvas torrenciais.

O supertufão registrou ventos de 195 km/h ao tocar o solo às 13h30 (2h30 de Brasília) na ilha de Siargao, um destino turístico tradicional. Um "supertufão" é um ciclone extremamente violento, equivalente a um furacão de categoria 5 nos Estados Unidos, e apenas cinco são registrados todos os anos no planeta. Este é o ciclone mais violento registrado este ano nas Filipinas.

De acordo com agência nacional de gestão de catástrofes, mais de 90.000 pessoas foram obrigadas a fugir, incluindo muitos turistas nacionais -os estrangeiros continuam proibidos de entrar no país devido à pandemia. Muitos voos foram suspensos e dezenas de portos permanecem temporariamente fechados por conta das grandes ondas que poderiam provocar "inundações fatais" em áreas costeiras.

"Esta tempestade é aterrorizante e ameaça atingir comunidades costeiras como um trem de carga", comparou Alberto Bocanegra, diretor da Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho nas Filipinas. "Estamos muito preocupados de que a mudança climática esteja tornando os tufões mais violentos e imprevisíveis", acrescentou.

Supertufão tardio

De fato, o Rai atinge o país de maneira tardia na temporada de tufões, que normalmente vai de julho a outubro. Depois de tocar o solo em Siargao, o tufão deve atravessar a região das ilhas Visayas, Mindanao e Palawan, antes de emergir no sábado no Mar da China Meridional e depois no Vietnã.

supertufão Rai, nas Filipinas - Guarda Costeira das Filipinas/Reuters - Guarda Costeira das Filipinas/Reuters
Homem da Guarda Costeira auxilia moradores a deixarem suas casas devido às inundações provocadas pelo supertufão Rai, nas Filipinas
Imagem: Guarda Costeira das Filipinas/Reuters

A agência meteorológica local advertiu para ventos "muito destrutivos" que poderiam provocar "danos de moderados a fortes em estruturas e na vegetação".O meteorologista Christopher Perez afirmou que os ventos "poderiam derrubar linhas de energia elétrica e árvores", assim como danificar casas construídas com materiais leves.

Vídeos verificados gravados por turistas em Siargao mostram árvores atingidas pelos ventos. No município de Dapa, as famílias desabrigadas dormiam no chão de um complexo esportivo. Em Cagayan de Oro, na ilha de Mindanao, a guarda costeira utiliza barcos infláveis, botes salva-vidas e macas para resgatar pessoas presas em suas casas inundadas perto de um riacho.

Até o momento não foi registrada nenhuma morte ou ferido na passagem do tufão, que provocou alguns cortes de energia elétrica. Filipinas é um dos países mais vulneráveis ao impacto da mudança climática, com a média anual de 20 tempestades e tufões.

(Com informações da AFP)