Guerra na Ucrânia: Rússia proíbe entrada de altos dirigentes da UE em retaliação a sanções
Até o momento, nenhum nome foi explicitamente apontado. Mas a Rússia anunciou ontem a proibição de entrada em seu território de altos dirigentes europeus, a maioria eurodeputados, em reação às sanções contra Moscou após a invasão da Ucrânia.
Em comunicado, o Ministério russo das Relações Exteriores afirmou que a medida visa "um certo número de comissários europeus, chefes de órgãos militares da Europa, bem como a maioria dos deputados do Parlamento europeu e autoridades políticas de países membros da UE". Também fazem parte da lista personalidades públicas e jornalistas que "apoiaram as sanções ilegais contra a Rússia ou incitaram a russofobia".
Desde o início da guerra na Ucrânia, a Rússia passou a considerar os países europeus importadores de gás russo como "hostis". Ontem, o presidente Vladimir Putin passou a impor o pagamento pelas importações do produto em rublos, a moeda nacional russa, e não mais em euros e dólares como estipulam os contratos acertados com as nações do bloco. Segundo ele, a medida passa a valer a partir de hoje.
França e Alemanha se preparam
Logo após o anúncio de Putin, o ministro francês da Economia, Bruno Le Maire, afirmou que a Alemanha e a França se preparam para um eventual corte nas importações de gás russo. Le Maire se reuniu ontem com o ministro alemão da Economia, Robert Habeck, em Berlim.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, também reagiu à decisão do Kremlin. Segundo ele, os membros da UE vão continuar pagando pelo gás russo em euros e dólares, porque é o que "está escrito nos contratos".
As ameaças de interrupção do fornecimento de gás também mobilizam os candidatos à presidência da França, a pouco mais de uma semana das eleições. O ecologista Yannick Jadot propôs nesta sexta-feira "medidas de urgência" para economizar energia e combustíveis, como a gratuidade dos transportes públicos durante seis meses.
Já os Estados Unidos anunciaram na quinta-feira novas sanções contra a Rússia, visando desta vez o setor tecnológico, incluindo o maior fabricante russo de semicondutores.
Tropas russas se retiram de cidade no norte da Ucrânia
O governador da região de Tchernihiv, Viatcheslav Tchaus, afirmou hoje que as tropas russas começaram a se retirar da região. A cidade, que fica a nordeste de Kiev e que conta com uma importante rede ferroviária, estava cercada desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia.
O Ministério russo da Defesa havia anunciado no início desta semana a redução de suas atividades militares em torno de Kiev e Tchernihiv para concentrar seus esforços na região do Donbass, leste da Ucrânia. No entanto, segundo Tchaus, ainda é cedo para "baixar a guarda" e bombardeios ainda são registrados nos arredores da cidade.
Na véspera, a Otan advertiu que a Rússia estava reagrupando suas tropas para lançar novos ataques. "As unidades russas não estão se retirando, mas se reposicionando", assegurou o chefe da Aliança Transatlântica, Jens Stoltenberg. Haverá "mais ataques, com mais sofrimento", acrescentou.
O general ucraniano Pavlo "Maestro" considerou igualmente que o exército russo "está se organizando para atacar e enviar um máximo de forças" ao sul e leste do país. Já a Energoatom, agência nuclear da Ucrânia, informou que as tropas russas, que tomaram em 24 de fevereiro a usina nuclear de Chernobyl, haviam se retirado do local.
O presidente americano, Joe Biden, disse estar "um pouco cético" sobre a intenção anunciada esta semana pela Rússia de se retirar de certas zonas da Ucrânia para concentrar seus esforços no leste. Segundo um alto funcionário da Defesa americana, mesmo se isso ocorrer, poderia ser o início de um "conflito mais longo e prolongado, considerado que os ucranianos conhecem muito bem seu território e têm muitas forças na região".
(Com informações da AFP)
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