Eleição na França: participação no 1º turno em queda pode favorecer Le Pen
A participação no primeiro turno da eleição presidencial francesa se anuncia em queda. Ao meio-dia no horário local (7h em Brasília) neste domingo (10), os primeiros números foram revelados pelo Ministério do Interior, apontando uma diminuição de 3% em relação à última eleição, em 2017.
Conforme os dados, 25,4% dos eleitores já foram votar, contra 28,5% no mesmo horário em 2017. O voto não é obrigatório na França.
O possível elevado índice de abstenção, somado ao voto dos cerca de 32% de indecisos, segundo as pesquisas, pode resultar em surpresas na apuração das urnas, esta noite. As últimas sondagens divulgadas na sexta-feira (8) apontavam uma redução da diferença de entre o atual presidente, Emmanuel Macron, que concorre pela reeleição, e a candidata da extrema direita Marine Le Pen.
Os cientistas políticos têm lembrado que, em 2002, há 20 anos, a forte abstenção foi um aspecto decisivo para levar para o segundo turno o ex-líder da extrema direita Jean-Marie Le Pen, pai de Marine, contra o conservador Jacques Chirac, na época.
Neste domingo, ensolarado em quase todo o país, os primeiros resultados das pesquisas de boca de urna serão revelados às 20h (15h em Brasília), logo após o fechamento de todas as seções, abertas desde as 8h no horário local (3h em Brasília).
Campanha sem debate
Quase 49 milhões de franceses estão aptos a participar. A campanha eleitoral foi atípica, ao ser perturbada pela Covid-19 e a guerra na Ucrânia. Não houve debate entre os 12 candidatos e a mobilização da militância foi a mais fraca em anos.
Além de Macron e Le Pen, concorrem também nomes da esquerda, como Jean-Luc Mélenchon, Anne Hidalgo e o ecologista Yannick Jadot, da direita tradicional, Valérie Pécresse, além de um segundo candidato da extrema direita, Éric Zemmour.
A publicação de novas pesquisas está proibida desde sexta-feira (8) à noite, com o encerramento da campanha eleitoral. Neste sábado e domingo, os candidatos não podem se pronunciar em público e a imprensa francesa não deve publicar prognósticos sobre os resultados, de acordo com a legislação eleitoral do país.
Eleitores registrados no continente americano, como no Brasil, já votaram no sábado, devido à diferença de fuso-horário em relação à França.
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