França escolhe próximo presidente, em eleição que pode reservar surpresas
Quase 49 milhões de franceses estão aptos a votar hoje no primeiro turno da eleição presidencial no país. As seções de votação abriram às 8h no horário local (3h em Brasília). O pleito é marcado pelas incertezas, já que a campanha foi perturbada pela guerra na Ucrânia e o índice de abstenção pode ser recorde, conforme antecipam analistas políticos.
Os primeiros resultados de boca de urna serão revelados às 20h (15h em Brasília). O presidente Emmanuel Macron concorre pela reeleição contra opositores da extrema direita, como Marine Le Pen e Éric Zemmour, da esquerda, como Jean-Luc Mélenchon, Anne Hidalgo e o ecologista Yannick Jadot, ou ainda da direita tradicional, Valérie Pécresse. No total, 12 candidatos disputam a vaga no Palácio do Eliseu.
Mesmo com tantas alternativas, muitos eleitores ainda estavam indecisos, após uma campanha sem debate, nem entusiasmo. "É muito complicado fazer a escolha porque o debate político ficou, de certa forma, dissimulado pelos acontecimentos na Ucrânia. As problemáticas que interessam aos jovens não foram abordadas", lamenta o estudante Tristan, em entrevista à RFI em Paris.
Outra eleitora, Amélie, achou os candidatos "mal preparados" e vai decidir o voto só na hora. "Vai ser na emoção do momento. Literalmente na última hora, vou escolher um lado ou o outro", disse.
Joseph, por sua vez, afirma estar "perdido". "Eu espero ter mais clareza sobre o voto no segundo turno", comenta.
Surpresas à vista?
O voto dos indecisos somado a um elevado índice de abstenção, se as pesquisas nesse sentido se confirmarem, podem resultar em surpresas na apuração das urnas. As últimas sondagens divulgadas na sexta-feira (8) apontavam uma diminuição da diferença entre Macron e Le Pen. O voto não é obrigatório na França.
Muitos cientistas políticos acreditam que a abstenção possa superar o recorde do primeiro turno de 2002 (28,4%), que ajudou a levar para o segundo turno o o ex-líder da extrema direita Jean-Marie Le Pen, pai de Marine, contra o conservador Jacques Chirac. Na última eleição, em 2017, a abstenção foi de 22,2%.
"A indecisão também é um sinal do cansaço democrático", analisou neste sábado o jornal Le Parisien, para o qual o fio condutor da campanha é a preocupação dos franceses "com o mundo que os cerca e seu futuro imediato".
A invasão russa intensificou o aumento dos preços da energia, impulsionando a inflação, que já vinha em alta, e a perda do poder aquisitivo dos franceses. O aumento do custo de vida gerou os protestos que sacudiram o mandato de Macron em 2018 e 2019, com o movimento dos coletes amarelos.
Macron, de 44 anos, jogou a cartada de um presidente estável em tempos de crise e reformista. Já Marine Le Pen, de 53, apostou por se apresentar como a defensora do poder aquisitivo, dando, nesta sua terceira candidatura ao Eliseu, menos ênfase ao tema da imigração.
"Prazo de reflexão"
A publicação de novas pesquisas está proibida desde sexta-feira à noite, com o encerramento da campanha eleitoral. Neste sábado e domingo, os candidatos não podem se pronunciar em público e a imprensa francesa não deve publicar prognósticos sobre os resultados, de acordo com a legislação eleitoral do país.
Eleitores registrados no continente americano, como no Brasil, já votaram no sábado.
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