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Otan diz que apoiará Ucrânia "quanto for preciso" e EUA ampliam presença militar na Europa

Joe Biden, presidente dos EUA, grande potência da OTAN - REUTERS/Lukas Barth/Pool
Joe Biden, presidente dos EUA, grande potência da OTAN Imagem: REUTERS/Lukas Barth/Pool

29/06/2022 14h16

Os quatro meses de invasão russa à Ucrânia despertaram e reunificaram os líderes da Otan. Durante um encontro considerado histórico em Madri, os chefes da Aliança do Atlântico Norte mostraram unidade para combater os avanços da Rússia. Nesta quarta-feira (29), a Otan garantiu que manterá seu apoio à Ucrânia, enquanto os Estados Unidos ampliam sua presença militar no continente europeu.

Com informações de Romain Lemaresquier, enviado da RFI a Madri.

Após uma cúpula de dois dias na Espanha, os membros da Otan reafirmaram o apoio da aliança à Ucrânia "pelo tempo que for preciso" para resistir à invasão russa. Eles também anunciam a abertura do processo de adesão da Finlândia e da Suécia.

Na declaração final do encontro, os 30 países-membros apontaram a "total responsabilidade" de Moscou pela "catástrofe humanitária" que acontece na Ucrânia e condenaram a "crueldade" da invasão russa.

Durante a tarde, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou o aumento da presença militar norte-americana no continente europeu diante da ameaça de Moscou. Biden citou o envio de tropas à Espanha, Polônia, Romênia, Países Bálticos, Reino Unido, Alemanha e Itália.

O objetivo deste destacamento seria o de fortalecer as tropas da Otan para "responder às ameaças", disse o presidente nesta quarta-feira, sem citar o número de soldados envolvidos. "Se Vladimir Putin esperava um enfraquecimento da Otan ao atacar a Ucrânia, é o efeito oposto que está acontecendo. "Haverá mais Otan, não menos", disse Biden.

Europa com Otan fortalecida

Os líderes da Otan também lançaram formalmente o processo de adesão da Finlândia e da Suécia à aliança, dois países que decidiram abandonar sua tradicional neutralidade militar diante da invasão russa.

A incorporação da Finlândia, e seus 1.300 km de fronteira terrestre com a Rússia, fará com que a Otan mais do que dobre seus limites territoriais com este país.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, comemorou a ampliação da aliança. "A entrada da Finlândia e da Suécia torna a Otan maior, mais europeia e mais forte. Putin queria nos dividir. O que ele conseguiu foi um alinhamento mais forte entre a União Europeia e a Otan. Este é um bom dia para a aliança do Atlântico Norte, para a União Europeia, para a Finlândia e para a Suécia", publicou.

A Rússia respondeu aos anúncios com críticas ao que chamou de "agressividade" dos países da Aliança. O vice-ministro das Relações Exteriores, Serguei Ryabkov, chamou a ampliação da Otan de "profundamente desestabilizadora".

Mas o representante de Moscou afirmou que o país não se sente intimidado pelo anúncio do aumento de tropas norte-americanas no continente europeu. "Aqueles que propõem tais decisões têm a ilusão de que a Rússia pode ser intimidada, de alguma forma contida: eles não terão sucesso", respondeu Ryabkov.

(Com informações da AFP)