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Macron endurece discurso e compara violência de protestos em Paris com 8 de janeiro no Brasil

Presidente francês defendeu a reforma da previdência e afirmou que a lei deve entrar em vigor até o fim deste ano. - Benoit Tessier/Reuters
Presidente francês defendeu a reforma da previdência e afirmou que a lei deve entrar em vigor até o fim deste ano. Imagem: Benoit Tessier/Reuters

22/03/2023 10h08

O presidente francês, Emmanuel Macron, comparou, nesta quarta-feira (22), os distúrbios nas manifestações contra a contestada reforma das aposentadorias com a invasão à sede dos Três Poderes no Brasil, em 8 de janeiro, e o Capitólio nos Estados Unidos. O chefe de estado defendeu a nova lei e afirmou que ela deve entrar em vigor até o fim deste ano.

Em uma entrevista à televisão para falar sobre a decisão do governo francês de ter adotado a reforma da Previdência sem a votação dos deputados, Emmanuel Macron criticou as manifestações recentes com "grupos que usam a violência" e, em um tom duro, afirmou que nenhuma violência será tolerada. "Não podemos aceitar nem os subversivos, nem as facções", afirmou.

"Quando os Estados Unidos viveram o que viveram no Capitólio, quando o Brasil viveu o que viveu (...), digo muito claramente", "não podemos aceitar nem os subversivos, nem as facções", explicou, em referência a ataques recentes a instituições dos dois países. "Não vamos tolerar qualquer tumulto", insistiu.

Apesar da forte oposição popular contra o texto, Macron argumentou que a reforma é de interesse público e que as mudanças na Previdência são necessárias e prometeu que o texto vai "entrar em vigor até o final do ano".

"Esta reforma é necessária. Ela não me agrada, gostaria de não a ter feito, mas também me comprometi a fazê-la", declarou o chefe de Estado, insistindo na entrada em vigor até o final de 2023 "para que as coisas se encaixem".

"Por que chegamos a este momento? Porque "durante uma década dizemos ao país que podíamos gastar sem produzir", afirmou. "Isso não funciona. É uma mentira", disse.

Macron afirmou ter pressa para implementar a reforma para que, em particular, 1,8 milhão de aposentados "passem a ter um acréscimo de cerca de 600 euros por ano em média" nas aposentadorias.