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Hamas rejeita ultimato de Israel para que 1,1 milhão de palestinos deixem norte da Faixa de Gaza

O Hamas rejeitou nesta sexta-feira (13) o ultimato do exército israelense para que a população deixe o norte da Faixa de Gaza, onde vivem 1,1 milhões de pessoas, em 24 horas. A ONU teme consequências humanitárias devastadoras.

"Nosso povo palestino rejeita a ameaça dos líderes da ocupação (israelense) e suas ordens para que deixem suas casas e fujam para o sul ou para o Egito", segundo a declaração do movimento islâmico palestino.

"Somos inabaláveis. Não haverá deslocamento das nossas terras, nossas casas e nossas cidades", acrescentou o Hamas.

O exército israelense está empenhado em uma campanha de bombardeios massivos em Gaza em resposta ao ataque inesperado do Hamas em Israel há uma semana. As forças militares dizem ter bombardeado 750 "alvos militares" durante a última madrugada no enclave palestino. O Tsahal [Exército israelense] está convocando reservistas e preparando uma incursão terrestre no território palestino.

A ONU alertou que a ordem do exército israelense pode conduzir a uma "situação catastrófica" em Gaza, onde a situação humanitária se deteriorou significativamente desde a retomada do conflito, há quase um ano. Mais de 2 milhões de pessoas já estão encurraladas na Faixa de Gaza pelas forças israelenses.

O correspondente da RFI em Jerusalém, Sami Boukhelifa, conversou com um palestino em Gaza, que pede ao jornalista que confirme a informação do ultimato dado pelo governo israelense. Falando de Gaza, o palestino diz que tem um parente idoso ao seu lado, que diz: "Fugir? Nunca. Se quiserem minha terra, matem-me primeiro". Irritado e desesperado, o entrevistado diz: "Basta. Que deus amaldiçoe a civilização humana, este mundo de hipócritas. É pura loucura".

Noruega critica ultimato

A Noruega condenou nesta sexta-feira (13) o cerco "inaceitável" de Gaza pelo exército israelense. "Israel tem o direito de se defender (...) mas não de qualquer forma", disse a ministra das Relações Exteriores da Noruega, Anniken Huitfeldt, à rádio pública NRK. "Condeno esse bloqueio dirigido a pessoas sem acesso a alimentos ou remédios", acrescentou.

Os Estados Unidos devem "controlar Israel" se quiserem evitar uma guerra regional, advertiu o chanceler iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, em visita a Beirute, no Líbano. Ele acrescentou que o governo iraniano também quer preservar a segurança libanesa.

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O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, está se encontrando com líderes do Oriente Médio para discutir o conflito. Nesta sexta-feira, ele se reúne em Aman com o rei jordaniano Abdala II e o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.

A passagem egípcia de Rafah é a única rota de saída de Gaza não controlada por Israel e foi bombardeada repetidamente esta semana.

O presidente Abdel Fattah al-Sisi disse que o Egito continua empenhado em garantir a entrega de ajuda a Gaza, mas pediu aos palestinos que "permaneçam em suas terras".

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