Blinken anuncia em Israel acordo para reconstrução da Faixa de Gaza; Hamas pede mais armas
O chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, realiza em Israel a sétima e mais delicada etapa de seu giro diplomático pelo Oriente Médio para evitar uma escalada do conflito. Os Estados Unidos e vários países do Oriente Médio chegaram a um acordo para trabalhar em conjunto a fim de reconstruir a Faixa de Gaza, anunciou Blinken nessa segunda-feira (8). Paralelamente, o líder político do Hamas pediu em um discurso em Doha, nesta terça-feira (9), armas para enfrentar a ofensiva de Israel no enclave palestino.
O exército israelense contina nesta terça-feira (9) os bombardeios contra o movimento islâmico palestino Hamas na Faixa de Gaza. Um correspondente da AFP relatou grandes explosões durante a noite em Khan Younes e Rafah, as principais cidades do sul do território palestino sitiado, onde milhares de pessoas buscaram refúgio desde o início da guerra em 7 de outubro.
Por sua vez, o exército israelense anunciou ter matado cerca de 40 militantes do Hamas nas últimas 24 horas como parte de "operações terrestres prolongadas, incluindo ataques aéreos" em Khan Younes. Várias armas foram apreendidas na operação, detalhou o comunicado.
Na manhã desta terça-feira, o líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, fez um discurso em Doha e pediu armas aos países muçulmanos para enfrentar a ofensiva de Israel na Faixa de Gaza.
Turnê diplomática pelo Oriente Médio
Após conversas com o presidente de Israel, Isaac Herzog, no início da manhã, Blinken falou sobre o "momento muito difícil" pelo qual Israel está passando, mas disse que o país tem "chances reais" de integração com seus vizinhos árabes.
"Estou ciente dos esforços que vocês vêm fazendo há vários anos para construir conexões e integração muito melhores no Oriente Médio. E acho que há oportunidades reais nessa área. Mas temos que superar este momento muito difícil", disse o secretário no início de uma reunião com o ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz.
O principal diplomata dos EUA está fazendo sua quarta visita oficial a Israel desde o início da guerra na Faixa de Gaza, em 7 de outubro, provocada por um ataque sangrento do Hamas em solo israelense.
Neste giro, Blinken tem dois objetivos: convencer o governo israelense a reduzir a intensidade dos bombardeios que têm matado milhares de civis em Gaza e evitar a extensão do conflito ao Líbano, onde soldados e combatentes do movimento xiita Hezbollah, pró-Irã, têm se enfrentado diariamente.
O Hezbollah anunciou na segunda-feira (8) a morte de um de seus comandantes, no sul do Líbano, atingido por um ataque aéreo cirúrgico de Israel quando circulava de carro a 10 km da fronteira entre os dois países. Na segunda-feira, o Exército israelense também anunciou que tinha matado uma "figura central" do Hamas na Síria, Hassan Akasha, responsável pelos disparos do movimento palestino a partir do território sírio.
Nesse contexto, o Secretário de Estado dos EUA retornou a Israel na segunda-feira para mais conversas com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e os membros de seu gabinete de guerra, incluindo a figura da oposição Benny Gantz. Os encontros estão programados para o final do desta terça-feira.
Blinken disse na noite de segunda-feira que havia discutido a normalização dos laços entre Israel e países árabes durante uma visita anterior à Arábia Saudita.
Reconstrução
Blinken acrescentou que Washington trabalharia com os países da região para reconstruir e estabilizar Gaza, que se tornou "inabitável" segundo a ONU. Os bombardeios destruíram bairros inteiros, deslocaram 85% da população e causaram uma crise humanitária catastrófica, de acordo com as Nações Unidas.
Na segunda-feira, o presidente dos EUA, Joe Biden, disse que estava trabalhando "discretamente com o governo israelense para que ele reduzisse" a presença de suas tropas em Gaza.
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Quero receberOs ataques do exército israelense, que prometeu destruir o Hamas, considerado uma organização terrorista pelos Estados Unidos e pela União Europeia, já mataram mais de 23.210 pessoas, a maioria delas mulheres e menores de idade, conforme o último relatório do Hamas, divulgado nesta terça-feira.
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