Bilionário francês pretende comprar clube de futebol Paris FC que tem Raí como acionista
Após anunciar recentemente uma parceria na Fórmula 1 com a holding francesa de luxo LVMH, Bernard Arnault, um dos homens mais ricos do mundo segundo a Forbes, se prepara para entrar no mundo do futebol. A possível aquisição do Paris FC pela família Arnault e pela Red Bull deve permitir que o clube de futebol, atualmente no topo da Ligue 2 (segunda divisão), se torne uma potência do futebol francês, ambição de quando foi fundado em 1969.
Naquela época, não havia mais nenhum clube profissional em Paris, depois que o histórico Cercle Athlétique Parisien, o Racing Club de France e o Stade Français abandonaram seu status de clube profissional. A Federação Francesa de Futebol, portanto, apoiou a iniciativa de criar um novo clube para representar Paris em nível profissional.
O PFC nasceu, fundiu-se com o Stade Saint-Germain, tornou-se o Paris Saint-Germain F (PSG), depois voltou a ser o PFC e, em 1982, caiu nas mãos do Racing Club de Paris, de propriedade de Jean-Luc Lagardère. Dois anos depois, tornou-se o Matra Racing, uma equipe profissional que se separou de sua associação amadora, que adotou o nome Paris FC.
O Paris FC (PFC) nunca se estabeleceu de fato em nenhuma parte de Paris e foi superado pelo surgimento do Paris Saint-Germain na década de 1970. Somente em 2015, o PFC se firmou profissionalmente, quando Pierre Ferracci, atual presidente e acionista majoritário, decidiu criar um segundo grande clube de futebol na cidade. Paris é a única metrópole europeia, ou quase, que não tinha clubes de futebol como potência do esporte. Ferracci já havia sido diretor do clube em 2006 e presidente em 2012.
Para isso, em 2022, ele atraiu o brasileiro Raí, ex-craque do PSG, que se tornou um acionista do Paris FC. Embora já tenha expressado seu desejo de entregar o comando, o que está em processo de fazer com a família Arnault e a Red Bull, Ferracci, de 72 anos, continua desenvolver a estruturar do clube.
O estádio, o primeiro desafio
Durante a pré-temporada, o Paris FC contratou o ex-atacante do Saint-Etienne Jean-Philippe Krasso, da seleção da Costa do Marfim, e o ex-atacante do Olympique de Marselha Maxime Lopez, com o objetivo assumido de reforçar a equipe para subir para a Ligue 1 (primeira divisão).
O clube disponibilizou para a equipe feminina, que está em quarto lugar no campeonato francês, os mesmos recursos que disponibiliza para a equipe masculina, com o objetivo de garantir que as duas equipes estejam em pé de igualdade.
"A família Arnault não investe em qualquer lugar", diz Jean-Baptiste Guégan, especialista em geopolítica do esporte. "A política de responsabilidade social corporativa do Paris FC é muito real, especialmente em termos de inclusão e do lugar das mulheres no futebol. Ao assumir o controle do clube, eles também estão adotando os valores que defendem", afirma.
Cabe a família Arnault levar o clube a um novo patamar que Ferracci não pôde oferecer. Um dos primeiros projetos que os novos investidores terão provavelmente de enfrentar é a definição do estádio onde o PFC irá jogar.
Atualmente, o time tem o mando de campo no Stade Charléty, no 13º distrito de Paris, um estádio poliesportivo de propriedade da Prefeitura de Paris que não é adequado para as partidas de futebol e rúgbi que recebe.
Pierre Ferracci iniciou conversações com os jogadores de rúgbi do Stade Français, que detêm a concessão do estádio Jean-Bouin, no 16º distrito da capital, literalmente a uma rua de distância do Parc des Princes, o estádio do PSG.
Há uma série de obstáculos a serem superados para que o clube se instale no local, entre eles a coordenação de sua programação com a do Stade Français e do PSG e a troca do gramado artificial atual, que teria de se tornar híbrido para receber uma partida de futebol.
Os ingleses conseguiram fazer o futebol e o rúgbi coabitarem em Reading e Watford, por exemplo, onde os clubes de futebol locais já dividiram o campo com o London Irish e o Saracens. Londres tem sete clubes da Premier League (primeira divisão). Com o PFC dos Arnault, Paris teria dois. Finalmente.
(Com informações da AFP)
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