Israel intensifica bombardeios aéreos no Líbano neste domingo
Israel intensificou os bombardeios aéreos no Líbano neste domingo (13), dentro e fora dos redutos do movimento islamista libanês Hezbollah, enquanto os combates por terra continuam em setores próximos da fronteira no sul do país. Ao mesmo tempo, os militares israelenses mantém a ofensiva em Gaza, território governado pelo grupo radical islâmico Hamas, com quem Israel está em guerra há mais de um ano.
A milícia pró-iraniana do Hezbollah diz ter reprimido, neste domingo (13), duas tentativas de infiltração de tropas israelenses no Líbano perto da cidade de Ramia.
As milícias do Hezbollah também afirmaram ter atacado soldados israelenses em Marun al Ras, alguns quilômetros a leste, e bombardeado uma base militar israelense ao sul da cidade de Haifa. Pela primeira vez, o movimento relatou combate corpo a corpo com soldados israelenses, em uma aldeia no sul do Líbano.
O exército israelense, por sua vez, relatou uma operação "seletiva e limitada" no sul do Líbano, assim como um "combate corpo a corpo" com o Hezbollah. Israel também anunciou ter capturado um combatente da milícia libanesa em um túnel, "destruído [sua] infraestrutura ao longo da fronteira" e matado "dezenas" de combatentes.
Os bombardeios aéreos de Israel foram intensificados desde a meia-noite de sábado, segundo informações da agência de notícias oficial libanesa. "Por volta das 03h45" (horário local, 21h45 em Brasília), um bombardeio destruiu "completamente" uma antiga mesquita no centro da cidade de Kfar Tibnit, relatou a agência.
Só neste domingo, o exército israelense disse ter interceptado cinco projéteis vindos do Líbano e pediu a evacuação de cerca de 20 cidades adicionais no sul do país. Ontem, os militares já haviam recomendado a moradores de 23 vilarejos para que "não voltassem para suas casas".
Vários socorristas da Cruz Vermelha libanesa ficaram feridos neste domingo em um bombardeio de uma casa no sul, para onde foram enviados "em coordenação" com a força de paz da ONU no Líbano (UNIFIL).
Israel transferiu a maior parte das suas operações para a frente libanesa, há um mês, com o objetivo de afastar o Hezbollah das zonas fronteiriças e permitir o retorno de cerca de 60.000 israelenses que tiveram que abandonar as suas casas no norte de Israel, devido ao lançamento de foguetes do grupo xiita.
Na noite de sábado, um ataque israelense teve como alvo um mercado na cidade de Nabatiyeh, a cerca de dez quilômetros da fronteira com Israel, no sul do Líbano, informou a agência oficial libanesa ANI.
Tareq Sadaqa ainda não consegue acreditar no que viu esta manhã: "É como se um terremoto tivesse devastado o mercado", disse ele à AFP. "Tudo foi destruído, até o pequeno bistrô da esquina onde tomávamos nosso café pela manhã", lamenta.
Restrospectiva da guerra
Os combates do Hezbollah contra Israel começaram outubro de 2023, em apoio ao seu aliado Hamas na Faixa de Gaza.
O movimento islamista palestino realizou um ataque mortal em solo israelense, em 7 de outubro do ano passado, causando a morte de 1.206 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em números oficiais israelenses e que inclui reféns mortos ou assassinados em cativeiro em Gaza.
Ao menos 42.227 palestinos, a maioria civis, morreram na ofensiva israelense no território, segundo dados do ministério da Saúde de Gaza, considerados confiáveis pela ONU.
Ofensiva em Jabaliya
Em Gaza, Israel bombardeia principalmente a região de Jabaliya, no norte, onde acusa o Hamas de reorganizar as suas forças. Neste domingo, os militares disseram ter eliminado "dezenas de terroristas" neste setor, atacando "40 alvos".
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Quero receberO movimento islâmico palestino Hamas condenou a campanha militar israelense no norte da Faixa de Gaza. Em um comunicado, o Hamas, cujo gabinete político está sediado no Catar, descreveu a campanha militar israelense no norte da Faixa de Gaza como "criminosa", condenando "o reforço do cerco, o isolamento da área por intensos tiroteios a partir da Cidade de Gaza e a escalada de bombardeios e massacres contra civis desarmados".
(Com AFP)
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