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AL: Brasileiro mais longevo com coração transplantado morre de câncer
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Morreu na madrugada de hoje, em Santana do Mundaú (AL), zona da mata de Alagoas, o homem com a maior longevidade após um transplante cardíaco do Brasil. Ele tratava um melanoma (câncer de pele agressivo) descoberto no início do ano.
O que aconteceu
Francisco Sebastião de Lima, 51, recebeu um novo coração em março de 1989, quando tinha 17 anos, em cirurgia feita em Aracaju. Há 34 anos, foi o primeiro transplante cardíaco do Nordeste.
Na época, ele tinha Doença de Chagas e estava em estado gravíssimo quando conseguiu o novo coração.
Segundo familiares, ele morreu na casa onde morava. Francisco teve o corpo sepultado hoje às 16h.
Antes dele, o advogado paulista Tanabi Waldir de Carvalho —que faleceu aos 82 anos— era o mais longevo: viveu 32 anos com coração transplantado.
Médico acompanhava paciente desde o transplante
O cardiologista José Wanderley Neto destaca que Lima foi operado jovem, tinha apoio da família e seguia "rigorosamente" o protocolo de acompanhamento após o transplante —fatores importantes para a longevidade.
O médico coordenou a operação e acompanhava o paciente desde então.
O médico diz que não há relação com o transplante com o câncer, mas cita que os remédios que transplantados tomam para evitar rejeição do órgão reduzem a imunidade. "As drogas imunossupressoras são carcinogênicas. As pessoas que tomam de forma crônica têm mais chance de ter uma doença."
Não havia central de transplantes nem protocolos definidos para captação do órgão na época do transplante. O paciente viajava para o local onde o doador morreu. "Era mais fácil que trazer, e quando teve esse coração, fomos eu, ele e o pai dele no primeiro voo da TransBrasil", lembra.
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