Carolina Brígido

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Política, entrevistas, viagens: como 63 candidatos lutam por 3 vagas no STJ

A pouco mais de um mês da definição das listas que serão encaminhadas para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva escolher três ministros do STJ (Superior Tribunal de Justiça), a campanha dos 63 candidatos segue cada dia mais acirrada. A meta deles é falar com os 30 ministros do tribunal até 23 de agosto, quando as listas serão votadas em plenário. Até agora, ninguém atingiu esse objetivo.

Um candidato que conversou com a coluna em caráter reservado disse que conseguiu ser recebido por 29 ministros. Faltaria apenas um, Herman Benjamin, que disse que atenderia apenas em agosto, quando o tribunal retornar do recesso. O ministro tem uma metodologia peculiar: pretende reservar a agenda para, em apenas um dia, receber todos os candidatos individualmente no gabinete.

De modo geral, os ministros do STJ escutam mais do que falam nessas audiências. O candidato se apresenta, entrega uma cópia impressa do currículo e deixa o local minutos depois.

A exceção é a presidente do tribunal, Maria Thereza de Assis Moura, que costuma fazer uma espécie de minissabatina com os candidatos. Entre as perguntas feitas pela ministra, ela quer saber se o candidato está disposto a morar em Brasília e qual a motivação para ser ministro do STJ.

Entre o fim de junho e o início de julho, as campanhas se concentraram em Portugal, onde dois eventos jurídicos reuniram integrantes do STJ, do STF (Supremo Tribunal Federal) e do governo Lula. Em Lisboa e Coimbra, os candidatos aproveitaram para circular em eventos e deixar claro que querem ocupar uma das cadeiras.

As vagas do STJ são divididas entre representantes da advocacia, da Justiça Estadual, da Justiça Federal e do Ministério Público. Hoje estão vazias uma cadeira destinada à OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e duas da Justiça Estadual.

Os órgãos enviaram listas com candidatos ao STJ. Em agosto, a corte reduzirá essas listas a três nomes, no caso da OAB, e quatro, no caso da Justiça Estadual. As listas menores serão encaminhadas a Lula, que escolherá os novos ministros.

Antes de virarem ministros, eles precisam ser aprovados em sabatina na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado e, em seguida, em votação no plenário da Casa.

Concorrem às vagas 57 desembargadores e seis advogados. Hoje, os mais cotados para as vagas destinadas à Justiça Estadual são os desembargadores Carlos Vieira Von Adamek, do TJ-SP e Elton Martinez Carvalho Leme, do TJ-RJ. Os dois têm apoio de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). Adamek é ligado a Dias Toffoli; Elton Leme, a Luiz Fux. Jatahy Junior, do TJ-BA, que também é ligado a alguns ministros do STF e do STJ, cresceu na disputa. Kassio Nunes Marques, do STF, apoia Erivan Lopes, do TJ-PI.

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Dos seis candidatos pela OAB, dois têm ganhado força na disputa: Daniela Teixeira e Marcio Fernandes, pela proximidade de ministros do STJ e de pessoas ao redor de Lula.

Até janeiro, Lula terá outras duas vagas para preencher no STJ: uma será aberta em outubro, quando Laurita Vaz se aposentar, e a outra em janeiro, com a saída de Assusete Magalhães. Após as substituições do primeiro ano de mandato, o PT terá nomeado 29 dos 33 integrantes da corte.

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