Romeu Zema candidatou-se ao posto de cabo eleitoral de Lula
Vão mal os herdeiros do espólio político de Bolsonaro. Num instante em que o governador paulista Tarcísio de Freitas chafurda sua biografia no sangue da matança policial do Guarujá, o colega mineiro Romeu Zema produz raciocínios impregnados de uma gosma feita de ignorância pessoal e prepotência política.
A pretexto de defender maior protagonismo econômico e político do consórcio de governadores do Sul e do Sudeste, Zema comparou estados das regiões Norte e Nordeste a "vaquinhas que produzem pouco". O preconceito é reincidente. Em junho, Zema dissera que os estados ricos contribuem mais para o Brasil "dar certo", pois neles haveria mais trabalhadores do que beneficiários de programas sociais.
A exemplo de Bolsonaro, Zema dá desinformação como a bananeira dá bananas. Já havia ecoado a teoria conspiratória segundo a qual autoridades do governo estimularam o 8 de Janeiro para que Lula faturasse com a pose de vítima. Nas pegadas da inelegibilidade do mito, deu "bom dia" nas redes sociais citando frase atribuída ao líder fascista Mussolini pelos que insinuam que restrições à liberdade do indivíduo são respostas da esquerda aos avanços da civilização.
No melhor estilo morde e assopra, Zema atribui o mal-estar que provoca hipotéticos mal-entendidos. Conversa fiada. O que há é uma bem compreendida mistura de miolo mole com um bolsonarismo duro de roer. Zema ainda não notou. Mas troca a pretensão ao posto de presidenciável de uma direita hipoteticamente moderada pela posição de cabo eleitoral da esquerda. Com mais de três anos de antecedência, Lula ganhou um reforço inesperado para sua campanha à reeleição.
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