Tambores de Lula abafam violino verde de Haddad em Nova York
Onze em cada dez economistas e analistas políticos consideram que o principal ativo do Brasil no mundo é o meio ambiente. Lula não desconhece a percepção geral. Na viagem a Nova York, porém, terceirizou a Fernando Haddad a defesa prioritária da agenda ambiental.
Em encontros realizados à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas, o ministro da Fazenda brasileiro expôs o seu Plano de Transformação Ecológica. Referiu-se ao Brasil como "líder mundial na economia verde".
Haddad tratou a meta de zerar emissões de carbono como oportunidade para conciliar crescimento econômico e a mudança social com proteção ambiental. Falou sobre mercado de carbono. Disse que serão bem-vindos no Brasil empresários que investirem em projetos que descarbonizem suas linhas de produção.
Nos lábios de Lula, a pregação de Haddad é apenas insinuada em meio a uma retórica em que o tema ambiental se mistura a assuntos sobre os quais a posição brasileira oscila entre a ineficácia e a irrelevância.
É ineficaz, por exemplo, a defesa de mudança na composição dos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. É irrelevante a posição de Lula sobre a guerra provocada pela Rússia na Ucrânia. Do ponto de vista prático, os bumbos de Lula acabam abafando o violino verde de Haddad.
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