PF inicia esquartejamento penal de Bolsonaro com facão de Cid
A deterioração criminal de Bolsonaro mudou de fase. Até aqui, o capitão caminhava sobre as brasas das múltiplas investigações que tornam a sua rotina incandescente. Ao indiciá-lo no caso da falsificação dos certificados de vacinação, a Polícia Federal iniciou a fase do esquartejamento penal de Bolsonaro.
A situação está crivada de ironia. Os investigadores começam a retalhar o capitão cloroquina justamente por ter encomendado a emissão de cartões de vacinação falsos para ele e sua filha caçula. A PF corta o primeiro pedaço do que restou da reputação de Bolsonaro usando o facão do delator Mauro Cid.
Antes das férias do meio do ano, serão enviados à Procuradoria-Geral da República pelo menos mais dois indiciamentos. Num, Bolsonaro responderá pelo peculato das joias sauditas. Noutro, o facão de Cid e as machadinhas de ex-comandantes militares farão picadinho dele no caso da tentativa de golpe.
Enquanto o procurador-geral Paulo Gonet estiver acomodando os pedaços de Bolsonaro em denúncias enviadas ao Supremo, Bolsonaro desfilará pelo país como um mito proscrito e perseguido. Reunirá multidões de devotos dispostos a enxergar no esquartejado a figura de um mártir, uma espécie de Tiradentes do golpe, traído pelas provas que produziu contra si mesmo e pelos inconfidentes das "minhas Força Armadas".
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