Leonardo Sakamoto

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Reportagem

Bolsonarista que matou lulista após discussão política no 7/9 é condenado

Na noite de 7 de setembro de 2022, o bolsonarista Rafael Silva Oliveira deu mais de 70 facadas em Benedito Cardoso dos Santos, apoiador do presidente Lula, e tentou arrancar sua cabeça com um machado após uma discussão sobre as preferências política de ambos na zona rural de Confresa (MT).

Quase um ano após o crime, Oliveira foi condenado pelo Tribunal do Júri a 14 anos de prisão por homicídio triplamente qualificado (motivo fútil por conta da questão de uma polêmica sobre política, meio cruel e utilização de recurso que dificultou a defesa da vítima) no último dia 24.

Laudo da perícia apontou que a maioria das perfurações se concentrou na cabeça e no pescoço na vítima. À decisão, cabe recurso, e o Ministério Público de Mato Grosso afirmou que estuda pedir aumento da pena.

Oliveira confessou, foi preso e nunca se arrependeu pelo crime. "O que levou ao crime foi a opinião política divergente. A vítima estava defendendo o Lula, e o autor, defendendo o Bolsonaro", afirmou o delegado Victor Oliveira logo após o crime.

"O acusado estava defendendo o atual presidente Bolsonaro e a vítima falava sobre o ex-presidente Lula. Considerando tal divergência, iniciaram uma discussão. Na sequência, o denunciado conseguiu pegar uma faca e, após perseguir a vítima, atingiu-a pelas costas", afirmou a denúncia do MP à epoca, quando Bolsonaro ocupava a Presidência.

"Aproveitando-se que ela se encontrava ferida e caída ao solo, sem que pudesse oferecer resistência, foi golpeada várias outras vezes com a faca. Ao constatar que ela ainda estava viva, desferiu-lhe mais um golpe fazendo uso de outra arma branca (machado), revelando uma brutalidade fora do comum e em contraste com o mais elementar sentimento de piedade", completou.

A coluna tentou contato com a defesa de Rafael, mas não teve sucesso. Tão logo consiga, incluirá a posição.

Coincidentemente, a briga que levou ao crime começou algumas horas após o então presidente da República Jair Bolsonaro defender, em comício na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, no 7 de setembro de 2022, que era necessário "extirpar da vida pública" adversários políticos da esquerda.

O caso de Rafael e de Benedito não foi o único de violência por política com morte durante as eleições do ano passado. Nem o primeiro.

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No dia 9 de julho, o guarda civil Marcelo Arruda foi morto pelo agente penitenciário bolsonarista Jorge Guaranho, em Foz do Iguaçu (PR). Ele ficou sabendo da festa de aniversário de temática lulista de Arruda e foi lá provocar. O caso, que terminou com o petista morto e o bolsonarista preso, ainda não foi julgado.

Em suas redes sociais, Guaranho reproduzia postagens com retórica violenta. Em sua conta do Facebook, por exemplo, o assassino ecoava Jair Bolsonaro em dezenas de postagens, chegando a afirmar que o Brasil precisava de uma "limpeza" dos petistas. O ex-presidente, durante as eleições de 2018, defendeu "fuzilar a petralhada".

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