Sakamoto: 'Morte do motorista de app é a falência da segurança pública'
A morte do motorista de aplicativo Celso Novais, baleado nas costas em ataque do PCC no Aeroporto de Guarulhos, é a verdadeira falência da nossa segurança pública, opinou o colunista Leonardo Sakamoto na edição do UOL News deste domingo (10).
O motorista de app estava no saguão do aeroporto de GRU quando foi baleado na última sexta-feira (8). Ele chegou a gravar um vídeo enquanto estava na ambulância para contar o que aconteceu à esposa, mas acabou não resistindo.
A morte do motorista de aplicativo no aeroporto de Guarulhos indica a falência da nossa política de segurança pública, não tem como falar algo diferente. A morte do Celso Novais, baleado nas costas, levado à UTI, que não resistiu em meio a uma execução no maior aeroporto do Brasil, onde recebeu 41,3 milhões de pessoas em 2023 — numa operação que ou foi de vingança ou de queima de arquivo —, tudo isso demonstra o quê? Demonstra falência, falência do sistema de segurança pública.
E vamos deixar claro que essa crítica não é simplesmente ao governo do Estado de São Paulo, essa mesma política que tem focado na letalidade e detrimento à inteligência, não é que estou chamando ninguém de burro. Estou falando que há um apoio a políticas e ações e operações de alta letalidade, retirando inclusive instrumentos de controle, como reduzindo a importância da política de câmeras corporais, aumentando o número de ações em comunidades, ações que terminam com mortes, em detrimento ao apoio financeiro, logístico, de recursos humanos e atuando todos os departamentos da Polícia Civil, que são responsáveis por investigação e por inteligência, por falta de integração com outras polícias.
Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
"Estado caminha para ser um narcoestado", diz Sakamoto
Sakamoto disse ainda que toda essa tragédia ocorrida em Guarulhos, em plena luz do dia, demonstra que o Estado está caminhando para se tornar um narcoestado.
Isso já demonstra características de um Estado que caminha para ser um narcoestado, né? A gente reclama da Colômbia, reclama de outros países, dando exemplo negativo, mas o Brasil está caminhando a passos largos, com facções criminosas, com o primeiro comando da capital, se sentindo a vontade para fazer o que quiser, aonde quiser.
E quando estou falando isso, ah, mas tenho certeza que é o PCC, não é? É um contexto do PCC, isso acontece por conta do PCC, de todas as relações, toda a teia do PCC. Pode ter havido, como tudo indica, a participação de policiais, seja entregando o roteiro do empresário, seja entregando os passos dele, seja vendendo a morte, seja eliminando o arquivo, porque ele também estava denunciando policiais e delegados que teriam envolvimento com o primeiro comando da capital, não importa.
Leonardo Sakamoto
Assista abaixo ao UOL News deste domingo (10)
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