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Vídeo institucional da boate Kiss mostra sinalizador aceso preso a bebidas

Gil Alessi

Do UOL, em São Paulo

31/01/2013 10h20

Um vídeo institucional da boate Kiss, onde 235 pessoas morreram após um incêndio supostamente iniciado por fogos de artifício no domingo (27), mostra um sinalizador semelhante ao utilizado pelas torcidas em estádios de futebol aceso e preso a um balde com bebidas.

AS FASES DA INVESTIGAÇÃO

Coleta de provas
A polícia fez a maior parte da coleta no próprio dia do incêndio. A casa foi lacrada e outras perícias foram feitas no local
Depoimentos
Além dos músicos da banda Gurizada Fandangueira, clientes, funcionários e os donos da casa noturna seguem sendo ouvidos na delegacia
Prisões
Quatro pessoas estão presas: dois músicos da banda Gurizada Fandangueira, que se apresentava na boate, e os sócios do estabelecimento, Elissandro Callegari Spohrs e Mauro Hoffmann
Exame de documentação
Polícia vai revisar alvará de funcionamento e o plano de prevenção de incêndio da boate Kiss
Perícia
O trabalho dos peritos foi iniciado no dia do acidente e só será concluído com a divulgação dos laudos técnicos. Pode ser concluída em 30, 60 ou 90 dias, segundo a polícia

O material, postado em 2012, foi usado para divulgar uma das festas da casa noturna e contradiz depoimentos dos donos da Kiss de que fogos de artifício não eram usados na boate. O sinalizador que aparece na imagem não é o mesmo modelo que teria iniciado o fogo durante o show da banda Gurizada Fandangueira, conhecido como "sputnik".

“Nem o sinalizador nem o ‘sputnik’ devem ser utilizados em ambientes internos, já que a chama pode provocar incêndios e a fumaça produzida é tóxica”, afirma Leonardo Gatti, diretor técnico da Associação Brasileira de Pirotecnia. "Existem fogos de artifício específicos para locais fechados."

“O sinalizador não é um fogo de artifício e é comum em todas as boates do Brasil. Além disso, não tem a mesma capacidade que o artefato utilizado pela banda e responsável pelo incêndio tem”, afirmou o advogado que representa Elissandro Spohr, um dos sócios da boate, que responsabiliza a Gurizada Fandangueira pela tragédia.

Quando informado de que o sinalizador não deve ser usado em ambientes internos, ele afirmou que “ninguém sabia que não é para utilizar, só agora esta informação está sendo divulgada”.

O advogado de Mauro Hoffmann, outro sócio da casa noturna, não foi encontrado para comentar o vídeo.

  • Arte UOL

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