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Após discurso do papa, fila para embarque em metrô ocupa quatro quarteirões

Daniel Ribeiro Pinheiro

Do UOL, no Rio

28/07/2013 11h45

A fila para entrar na estação Cardeal Arcoverde, em Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro, ocupava aproximadamente quatro quarteirões por volta das 14h, após o discurso do papa na missa de encerramento da Jornada Mundial da Juventude. O Metrô Rio chegou a liberar as catracas das estações Siqueira Campos e Cardeal Arcoverde para agilizar a saída dos fiéis do bairro.

Na metade do primeiro quarteirão, um grupo de Curitiba já aguardava havia uma hora, mas resolveu esperar mais porque estavam muito cansados. "Pensamos em ir até Ipanema, mas resolvemos esperar aqui mesmo", disse Jessica Gongra, 28, sem saber que não há estações abertas no bairro vizinho. "Ainda bem que não fomos."

O grupo disse estar cansado para andar até Botafogo. Apesar das dificuldades, a avaliação dos peregrinos sobre a Jornada é boa. "Valeu cada minuto", disse Douglas Cruz, 18. Ao longo da fila, os peregrinos cantam e gritam.

Os fiéis lotavam as lojas oficiais espalhadas pela orla de Copacabana neste último dia de Jornada Mundial da Juventude. Mesmo com o papa Francisco no palco principal, cerca de 40 pessoas faziam fila, perto do mesmo horário, em frente a uma das lojas, perto da rua Santa Clara. Um dos vendedores gritava: "Pessoal, chega para trás, por favor! Vocês estão esmagando as pessoas aqui na frente!". Os fiéis atenderam ao pedido do vendedor, e alguns bateram palmas.

Missa de envio

Diante de uma multidão que lotou toda a praia de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, na manhã deste domingo (28), para participar da missa de encerramento da Jornada Mundial da Juventude, o papa Francisco disse aos jovens peregrinos que não tenham medo de evangelizar outros jovens e de levar sua fé para outros lugares. Ele afirmou que a evangelização é um dos caminhos para "derrubar as barreiras do egoísmo, da intolerância e do ódio" e incentivou os presentes a "construirem um novo mundo".

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Francisco dividiu sua homilia em três mensagens principais, definidas por ele como "três palavras". Na primeira delas, o papa falou sobre a importância de compartilhar a fé.

"A experiência deste encontro não pode ficar trancafiada na vida de vocês ou no pequeno grupo da paróquia, do movimento, da comunidade de vocês. Seria como cortar o oxigênio a uma chama que arde. A fé é uma chama que se faz tanto mais viva quanto mais é partilhada, transmitida, para que todos possam conhecer, amar e professar que Jesus Cristo é o Senhor da vida e da história", pediu o papa.

A "segunda palavra" mencionou o medo de evangelizar, que deve ser combatido, de acordo com o papa, em conjunto.

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"Quando enfrentamos juntos os desafios, então somos fortes, descobrimos recursos que não sabíamos que tínhamos", falou o papa, que também convocou a Igreja a apoiar os jovens.

"Queria dar uma palavra também a vocês, queridos sacerdotes, que concelebram comigo essa eucaristia: vocês vieram acompanhando os seus jovens, e é uma coisa bela partilhar essa experiência de fé. Mas essa é uma etapa do caminho. Continuem acompanhando os jovens com generosidade e alegria, ajudem-lhes a se comprometer ativamente na Igreja; que eles nunca se sintam sozinhos".

A última etapa da mensagem foi dedicada ao "servir". Francisco pediu aos jovens que a vida de cada um "se identifique com a vida de Jesus", que seria uma "vida para os demais".

Agenda

No começo da tarde, o pontífice retorna de helicóptero para almoçar na Residência Assunção, no Sumaré, zona norte, onde está hospedado desde que chegou ao Rio de Janeiro na última segunda-feira (22).

Por volta das 16h, ele se encontra no local com a coordenação do Conselho Episcopal Latino-Americano e logo depois se despede da Residência Assunção.

Às 17h30, o papa Francisco participará de um encontro com cerca de 15 mil voluntários da Jornada Mundial da Juventude, no Riocentro, na zona oeste da cidade. O pontífice deve fazer um discurso aos jovens.

Após deixar o Riocentro, o papa segue em direção ao aeroporto internacional do Rio de Janeiro --Galeão/Antônio Carlos Jobim--, na zona norte, onde fará um discurso de despedida e embarcará rumo a Roma. (Com Estadão Conteúdo)

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