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Manifestantes invadem desfile de Sete de Setembro no Rio e provocam confronto com policiais

Hanrrikson de Andrade e Gustavo Maia

Do UOl, no Rio

07/09/2013 10h25Atualizada em 07/09/2013 17h39

Manifestantes e policiais militares entraram em confronto na manhã deste sábado (7), no centro de Rio de Janeiro, durante as comemorações do Dia da Independência. Mesmo com o isolamento da avenida Presidente Vargas, onde ocorre o desfile dos militares, black blocs (grupo anarquista conhecido por usar máscaras) conseguiram se aproximar do palco montado para o público, mas logo foram retirados.

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  • Carlos Sodré/Vc Manda/UOL

    O internauta Carlos Sodré fotografou confronto entre a Tropa de Choque e manifestantes em frente à Prefeitura de Belém

Por volta das 10h15, homens da Tropa de Choque lançaram bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes. O público que assistia ao desfile sofreu com as bombas e deixou o local em pânico. Pelo menos 15 pessoas foram detidas.

Um jovem identificado como Rodrigo Toscano teve um ferimento na perna ao ser atingido por uma bomba. Caído na via lateral ao Campo de Santana, o manifestante chorava de dor e teve que deixar o local imobilizado em uma maca do Corpo de Bombeiros. Em seguida, ele foi levado para o hospital Souza Aguiar, ao lado do Campo de Santana.

Segundo a PM,  o confronto começou porque um jovem não identificado teria jogado um artefato explosivo conhecido como "cabeção de nego" dentro do batalhão. A reportagem do UOL, no entanto, estava presente no momento da ação da Polícia Militar e não presenciou a cena relatada pelo agente.

Os manifestantes correram em direção às ruas do Lavradio e dos Inválidos, na Lapa. Durante a fuga, um manifestante que não estava mascarado depredou uma agência do banco Itau.

As pessoas que se autodenominam "black blocs" são conhecidas por atuar na linha de frente das manifestações públicas que se espalharam pela cidade. Para a polícia e o governo do Estado, o grupo anarquista é responsável pelas várias cenas de vandalismo que ocorreram nos protestos. Na quarta (4), líderes foram presos por suspeita de vandalismo, no Rio. No dia 3, a Justiça do Rio de Janeiro autorizou a identificação criminal de pessoas que estejam usando máscaras durante manifestações públicas no Rio de Janeiro.

Às 10h, a Tropa de Choque chegou em peso ao local da confusão, e os manifestantes se dividiram. Mais bombas foram disparadas. O clima ainda é tenso no local.

Os manifestantes gritam "deixa passar a revolta popular" e carregam bandeiras pretas, do Black Bloc, da Palestina e de movimentos sociais.

Os atos estão programados em dois pontos do centro da cidade, antes e depois do desfile da Independência. Na avenida Presidente Vargas, na altura da esquina com a avenida Passos, adeptos dos grupos Black Bloc e Anonymous farão uma passeata contra o governo do Estado e contra as prisões dos administradores da página "Black Bloc RJ" no Facebook. A Presidente Vargas também será palco do Grito dos Excluídos.

Manifestantes também se organizam via redes sociais para um protesto marcado para a praça da Cinelândia, onde está situada a Câmara Municipal e o Theatro Municipal. O evento faz parte da "Operação 7 de Setembro", convocada pelo Anonymous.

Na quinta-feira (5), a Polícia Militar informou que, em função dos protestos, a maior parte do efetivo não participará do Desfile da Independência.